O início da Maçonaria na França
François Marie Arouet, Voltaire, o demolidor de mitos, desapareceria logo depois de iniciado na Loja "Neuf Soeurs", em 1778, no mesmo ano em que, coincidentemente, desaparecia Jean Jacques Rousseau, sendo, ambos, os intelectuais que mais influenciaram o pensamento da sociedade francesa --- e da mundial --- nas épocas posteriores. Eles mostravam, todavia, grandes diferenças de pensamento. Voltaire tinha, por base de sua obra, o racionalismo, como, no dizer de Diderot, um verdadeiro filósofo setecentista, que se conduz pela razão, juntando, ao espírito de reflexão e de justeza, os costumes e as qualidades sociais. Isso o coloca em oposição à inteligência mística de Rousseau, filósofo e moralista, nascido em família calvinista e convertido, ainda adolescente, ao catolicismo. Voltaire tem o melhor do seu pensamento exprimido no "Dictionnaire Philosophique", de 1764, no "Lettres Anglaises", de 1734, e nos diversos contos, entre os quais "Cândido", de 1754, é sua obra prima. Rousseau tem, como sua obra fundamental, "Du Contrat Social", onde formula a teoria do Estado baseado na convenção entre os homens, defendendo o princípio da soberania do povo. Publicada em 1762, essa obra, junto com o restante da produção literária de Rousseau, teve grande influência revolucionária, por exprimir as injustiças sociais da época, numa crítica violenta ao cristianismo dogmático e ao ceticismo filosófico.
Assim, a obra de Rousseau foi muito mais importante, no ideário da Revolução Francesa, do que a de Voltaire, que, dentro da atitude racional da inteligência, desejava não a revolução, mas a reforma das instituições monárquicas, pregando a tolerância ideológica e defendendo os direitos civis. Ambos, entretanto, influenciariam, um século depois, a grande reforma institucional de 1877, no Grande Oriente da França, que sepultou o dogmatismo, combatido por Rousseau, e implantou a tolerância ideológica, pregada por Voltaire.
Em 1778, ano da morte de ambos, havia 554 Lojas no território francês, surgidas da primeira Loja genuinamente francesa, criada, em Paris, a 3 de abril de 1732, já que, antes, as existentes eram mais britânicas, surgidas na esteira do séquito dos Stuarts, refugiados na França, após a revolta de 1649. Depois dessa primeira Loja, outras foram sendo criadas, ocorrendo, no caso, um fato importante, em setembro de 1734 : no dia 7 desse mês, um jornal de Londres relata que, no castelo da duquesa de Portsmouth, em Paris, Charles Lennox, duque de Richmond, junto ao qual se encontrava Montesquieu, procedeu à recepção de muitos neófitos da mais alta nobreza francesa. A 20 de setembro de 1735, nova reunião, com a presença de Théophille Désagulliers --- um dos fundadores da Premier Grand Lodge, em Londres, em 1717 --- e lord Waldegrave, embaixador de Sua Majestade britânica, ao lado de Montesquieu. A Maçonaria, assim, espalhou-se pelo território francês, no século XVIII, sob a égide de Montesquieu, o grande filósofo e autor de "´L´Esprit des Lois" (O Espírito das Leis), obra de fundamental importância no desenvolvimento da Ciência Política.
Em 1737, cinco Lojas existiam em Paris. Em 1741, já eram vinte e duas, quando a propaganda maçônica já atingia a província, tendo sido fundada uma Loja em Lions, em 1740, além de outras em Rouen, Caen, Nantes, Bordeaux, Montepellier e Avignon. Em 1738, o duque d´Antin é nomeado Grão-Mestre vitalício dos maçons franceses, embora ainda não houvesse, oficialmente, uma Obediência francesa, o que só aconteceria em 1765. Em 1743, Henri de Bourbon, conde de Clermont, o sucede, apesar dos muitos votos dados ao príncipe de Conti e ao marechal de Saxe. Um outro nobre sucede ao conde de Clermont, em 1771 : o duque de Chartres, que, com a morte de seu pai, tomou o título de duque de Órleans, cuja cadeira de Grão-Mestre é conservada no museu do Grande Oriente da França e cujo retrato, com todas as insígnias da Ordem, acha-se no castelo de Chantilly.
O Grande Oriente e o Rito Moderno
A Maçonaria francesa passaria, porém, por grandes vicissitudes. A federação denominada Grande Loja da França, oficialmente existente a partir de 1765, para reunir as Lojas esparsas, não chegara a uma boa gestão, o que fez com que, em 1771, ocorressem reuniões destinadas a preparar uma nova organização, culminando, a 24 de dezembro daquele ano, com a assembléia das Lojas, que, depois de declarar extinta a antiga Grande Loja, anunciava que ela era substituída por uma Grande Loja Nacional, que seria denominada, dali em diante, Grande Oriente da França. A 17 de junho de 1773, a Grande Loja protesta, declarando o Grande Oriente cismático, degradando o título de maçom de todos os componentes deste. Sem se preocupar com esses ataques, o Grande Oriente persiste, sendo solenemente instalado a 24 de junho de 1773.
E foi tão grande o desenvolvimento do Grande Oriente, que, das 547 Lojas francesas existentes em 1778, 300 estavam sob a sua jurisdição e ele mantinha correspondência com 1.200 Lojas estrangeiras. Nessa altura já existia o Rito Francês, ou Moderno, que havia sido criado em 1761, constituído a 24 de dezembro de 1772 e proclamado pelo Grande Oriente, a 9 de março de 1773, chegando, já na época da Revolução Francesa, à maior importância, dentro do Grande Oriente da França. E desde essa época, começava a rivalidade entre o Grande Oriente e a Grande Loja inglesa, que exigia ser reconhecida como Grande Loja Mãe, embora isso não fosse mais do que uma satisfação moral, não criando laço de subordinação. O Grande Oriente desejava tratar de igual para igual, sob todos os pontos de vista e solicitava que as Lojas anteriormente fundadas, sob patente inglesa, lhe fossem repassadas, com o que Londres não concordava. Embora a Grande Loja inglesa reconhecesse o Past-Master e o Royal Arch, como "complementos do mestrado", considerava irregulares os Altos Graus escoceses, que haviam, anarquicamente, proliferado na França, causando desordem. E o Rito Moderno nasceu, exatamente, do desejo do Grande Oriente de remediar a situação, perseguindo uma política de unidade, aceitando os diferentes ritos, à qual Londres fez oposição.
O rito, embora criado sob moldes racionais, seguia a orientação dos demais, em matéria doutrinária e filosófica, baseada, entretanto, na primitiva Constituição de Anderson, com tinturas deístas, mas largamente tolerante, no que concerne à religião, como se pode ver na primeira de suas Antigas Leis Fundamentais (Old Charges): "O maçom está obrigado, por vocação, a praticar a moral; e, se bem compreender os seus deveres, jamais se converterá num estúpido ateu nem em irreligioso libertino. Apesar de, nos tempos antigos, os maçons estarem obrigados a praticar a religião que se observava nos países que habitavam, hoje crê-se mais conveniente não lhes impor outra religião senão aquela que todos os homens aceitam e dar-lhes completa liberdade com referência às suas opiniões particulares. Essa religião consiste em serem homens bons e leais, ou seja, honrados e justos, seja qual for a diferença de nome ou de convicções".
A Revolução Francesa --- da qual a Maçonaria, nas palavras de Henri Martin, foi o laboratório --- não interrompeu totalmente os trabalhos do Grande Oriente. a Loja "La Bonne Amitié", de Marmande, recebeu sua constituição a 20 de dezembro de 1792; mesmo no auge do Terror, três Lojas da capital, "Le Centre des Amis", "Les Amis de la Liberté" e "la Martinique des Frères Réunis", não deixaram de promover reuniões. Mas houve uma grande diminuição da atividade maçônica, prejudicando as relações com a Grande Loja inglesa. Passado o auge do movimento, Roettiers de Montalau --- cujo retrato orna a sala do Conselho da Ordem, em Paris, acima da cadeira do Presidente --- empenha-se, a partir de 1795, na reconstituirão do Grande Oriente, tentando conciliá-lo com a Grande Loja. Graças aos seus esforços, a 21 de maio de 1799, as duas Obediências redigem um tratado de união, completando a união maçônica na França, a qual pouco iria durar, já que, em 1804, ela seria comprometida pela introdução do Rito Escocês Antigo e Aceito, de 33 graus, com a fundação do Supremo Conselho do conde de Grasse-Tilly (o primeiro Supremo Conselho foi fundado em Charleston, Carolina do Sul, EUA, em 1801).
A regressão dogmática
Em 1815, ocorreria a regressão dogmática, que tanto influiria nos destinos da Maçonaria francesa: a Grande Loja Unida da Inglaterra, que surgira em 1813, da fusão da Grande Loja dos "Modernos" (de 1717) e a dos auto-denominados "Antigos", de 1751, alterava a primitiva Constituição de Anderson, tornando-a absolutamente dogmática e impositiva, como se pode ver no texto da primeira das Antigas Leis (que, aí, deixou de ser antiga lei):
"Um maçom é obrigado, por seu título, a obedecer à lei moral e, se compreender bem a Arte, nunca será ateu estúpido, nem libertino irreligioso. De todos os homens, deve ser o que melhor compreende que Deus enxerga de maneira diferente do homem, pois o homem vê a aparência externa, ao passo que Deus vê o coração. Seja qual for a religião de um homem, ou sua forma de adorar, ele não será excluído da Ordem, se acreditar no glorioso Arquiteto do Céu e da Terra e se praticar os sagrados deveres da moral...."
Ou seja: ao liberalismo e à tolerância da original compilação de Anderson, foram sobrepostos os teísmo pessoal, o dogmatismo e a imposição, incompatíveis com a liberdade de pensamento e de consciência.
Apesar disso, quando o Grande Oriente promulgou, em 1839, seus primeiros "Estatutos e Regulamentos Gerais da Ordem", estes conservavam o melhor da tradição da Maçonaria dos Aceitos, dentro do espírito da original Constituição de Anderson, de 1723, como se pode ver em seus três primeiros artigos, sem qualquer dogmatismo:
"Art. 1º - A Ordem Maçônica tem por objeto o exercício da solidariedade, o estudo da moral universal, das ciências, das artes e a prática de todas as virtudes.
Art. 2º - Ela é composta de homens livres, que, submissos às leis, reúnem-se em Sociedade constituída de acordo com estatutos gerais.
Art. 3º - Não pode alguém ser maçom e gozar os direitos inerentes a esse título:
1. se não tiver 18 anos completos, se não for livre e de bons costumes e se não obteve o consentimento de seu pai, ou de seu tutor; essa última condição só será exigida até à idade de 21 anos;
2. se não for livre e honrado;
3. se não for domiciliado há pelo menos seis meses no local em que se encontra a Loja à qual se apresenta;
4. se não tiver grau de instrução necessário para cultivar sua razão;
5. se não for admitido nas formas determinadas pelos Regulamentos e Estatutos Gerais".
Todavia, em 1849, por obra e graça dos partidários de uma reaproximação, que degelasse As relações com a Grande Loja Unida da Inglaterra, eram reformados esses estatutos ---e transformados em Constituição --- sendo incluídos, neles, as cláusulas inspiradas pela revisão de 1815, das Constituições de Anderson, como se pode ver no texto aprovado:
"Art. 1º - A Francomaçonaria, instituição essencialmente filantrópica, filosófica e progressista, tem por base a existência de Deus e a imortalidade da alma..."
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Art. 3º - Para atingir esse objetivo, eles (os maçons, referidos no Art. 2º) devem, respeitando a consciência individual, empregar todos os meios de propaganda pacífica, dos quais os principais são o exame e a discussão de diversas questões que podem esclarecer os espíritos e, sobretudo, conciliar os corações".
A incoerência salta aos olhos, pois, à exigência dogmática do Artigo 1º, era aposto, no Artigo 3º, o respeito à consciência individual. Diante disso, foi feita, em 1865, uma pequena alteração, sem mudar o texto dogmático, na parte referente à liberdade de consciência, assim redigida:
"Ela (a Maçonaria) vê a liberdade de consciência como um direito próprio de cada homem e não exclui a ninguém por suas crenças".
A contradição continuava, pois o texto, depois de exigir uma determinada crença, dizia que ninguém seria excluído por suas crenças. E, além de tudo, o esforço dos adeptos de uma reaproximação com GLUI foi infrutífero, pois esta não "degelou", mantendo uma olímpica indiferença diante das reformas estatutárias francesas, que, diga-se a bem da verdade, não agradaram a gregos e nem a troianos.
A Reforma Institucional de 1977
Em 1872, depois de estudos iniciados em 1867, o Grande Oriente da Bélgica suprimia, de seus rituais, a invocação do G.:A.:D.:U.:, sem provocar qualquer reação por parte da G.L. da Inglaterra. Diante disso, de um golpe, a campanha pela revisão, na França, aumenta de intensidade e, a cada ano, a Convenção é tomada por votos pela revisão, repelidos pelo Conselho da Ordem, até que, em 1876, um voto da Loja "La Fraternité Progressive", de Villefranche, solicitando a supressão das cláusulas dogmáticas, foi tomada em consideração, sendo regulamentarmente enviada às Lojas, para estudo, e retornando à Convenção, em 1877. Nessa ocasião, duzentas e dez Lojas enviaram representantes e dois terços delas manifestaram-se a favor da adoção do voto. O relator geral foi um pastor protestante, Desmons, que apresentou um estudo memorável, o qual, aprovado, resultou na supressão do segundo parágrafo do artigo 1º da Constituição de 1865, que dizia: "Ela tem por princípio a existência de Deus e a imortalidade da alma".
Viénot, o Orador da Convenção, situou, muito bem, o que representou essa atitude:
"Essa redação, meus Irmãos, não é, portanto, nem uma reforma, nem uma revolução; ela é um chamamento e um retorno aos princípios primordiais da Francomaçonaria, porque a Francomaçonaria, respeitando todos os dogmas e todas as consciências, não é, não quer ser e não pode ser uma instituição dogmática ou teológica". (os grifos são meus).
Essa resolução aboliu a invocação, mas não a fórmula do G.:A.:D.:U.:, como freqüentemente se afirma. Era a tolerância, elevada ao máximo, que motivava o Grande Oriente a rejeitar qualquer afirmação dogmática, na concretização do respeito à liberdade de consciência e ao livre arbítrio de todos os maçons. A síntese dos debates da Assembléia, que conduziram à resolução, mostra bem essa preocupação:
"A Francomaçonaria não é deísta, nem ateísta, nem sequer positivista. Instituição que afirma e pratica a solidariedade humana, é estranha a todo dogma e a todo credo religioso. Tem por princípio único o respeito absoluto da liberdade de consciência. Nenhum homem inteligente e honesto poderá dizer, seriamente, que o Grande Oriente da França quis banir de suas Lojas a crença em Deus e na imortalidade da alma, quando, ao contrário, em nome da liberdade absoluta de consciência, declara, solenemente, respeitar as convicções, as doutrinas e as crenças de seus membros".
Mas as Obediências da Comunidade Britânica não entenderam assim. Embora o Grande Oriente não tenha feito mais do que voltar à situação anterior (a dos estatutos de 1839), que elas haviam admitido, totalmente, elas reagiram imediatamente; é o caso da Grande Loja da Irlanda, da Grande Loja da Escócia e do Supremo Conselho da Inglaterra. A G.L. Unida da Inglaterra, não mantendo relações com o Grande Oriente da França, não pôde romper, mas sua desaprovação se fez manifesta, ao incitar outras Obediências estrangeiras a seguir o movimento deflagrado. O Conselho da Ordem tentou justificar o Grande Oriente, demonstrando que o sentido da decisão fora deturpado pelos ingleses: em 1884, Cousin, presidente do Conselho, pleiteia a causa, através de carta, de 28 de novembro, enviada a Sua Alteza Real Edward Albert, príncipe de Gales futuro Eduardo VII, Grão-Mestre da G.L. Unida da Inglaterra. A Grande Loja admitiu que não havia nenhum intuito ateísta na resolução, mas não voltou atrás, encerrando o assunto, como se pode ver num trecho da resposta de seu Grande Secretário, coronel Shadwell Clerke:
"A G.L. da Inglaterra jamais supôs que o G.O. da França tenha pretendido fazer profissão de fé do ateísmo e do materialismo; mas a G.L. da Inglaterra sustenta e sempre sustentou que a crença em Deus é a primeira grande marca de toda a verdadeira e autêntica Maçonaria e que, na falta dessa crença, professada como o princípio essencial de sua existência, nenhuma associação tem o direito de reclamar a herança das tradições e práticas da antiga e pura Maçonaria".
É interessante notar que quem desfigurou as originais Constituições de Anderson, que continham os antigos usos e costumes maçônicos, é exatamente quem e arvora em defensor das "tradições e práticas da antiga e pura Maçonaria".
Tudo isso leva à conclusão de que toda a questão é eminentemente política, dadas as rivalidades não só entre as duas Obediências, mas também entre os dois países: a evolução divergente, em dois meios sociais diferentes, em dois países rivais na paz e confrontados no curso de longas e sangrentas guerras, só poderia levar à hostilidade recíproca. Além dos motivos políticos, existiram também os filosóficos e sociais: políticos, porque a escalada das aspirações democráticas, na França e no Grande Oriente, inquietavam o conservadorismo inglês; filosóficos, porque a tendência racionalista, que prevalecia no G.O. da França, opunha-se ao dogmatismo da G.L. Unida da Inglaterra; e sociais, porque as Lojas do Grande Oriente abriram as suas portas aos homens de todas as condições, enquanto, na Inglaterra, a Maçonaria era transformada num clube aristocrático.
Em 1921, continuando o Grande Oriente o seu trabalho, era fundada a AMI, Association Maçonnique Intrenationale", oriunda do Bureau d´Information Maçonnique, criado em 1901, na Suiça pelos membro da Grande Loja Alpina. Participaram da criação da AMI, doze Obediências: G.L. de Nova York, G.O. da Bélgica, G.L. de Viena, G.L. da Bulgária, G.L. da Espanha, G.O. da França, G.L. da França, G.O. da Itália, G.O. dos Países Baixos, G.O. de Portugal, G.L. Suisse-Alpina e G.O. da Turquia. Na ocasião, a AMI lançou uma declaração largamente inspirada na Constituição do Grande Oriente de França. Com idéias de grande alcance social, a AMI logo atraiu as atenções do mundo maçônico, a ponto de, em 1923, ela já agrupar 38 Obediências.
Os Princípios de Regularidade da G.L.da Inglaterra
A Grande Loja-Mãe, todavia, ciosa de seu matriarcado, não tardou a reagir e, por sua pressão direta, ou indireta, a Grande Loja de Nova York e o Grande Oriente dos Países Baixos retiraram, rapidamente, sua adesão. Além disso, a Grande Loja inglesa, em 1929, publicava um documento com seus oito princípios de regularidade, ou seja, com as suas imposições para reconhecer outras Obediências, sob o título "Princípios Fundamentais para o Reconhecimento de Grandes Lojas":
"1º - Uma Grande Loja deverá ser regularmente fundada por uma Grande Loja devidamente reconhecida, ou por pelo menos três Lojas regularmente constituídas;
2º - A crença do G.A.D.U. e em sua vontade revelada são condições essenciais para a admissão de novos membros;
3º - Todos os iniciados devem prestar sua Obrigação sobre o Livro da Lei Sagrada;
4º - A Grande Loja e as Lojas, particularmente, serão compostas apenas por homens; também não poderão manter relações com Lojas mistas ou femininas;
5º - A Grande Loja exercerá o seu poder soberano sobre as Lojas de sua jurisdição, possuindo autoridade incontestável sobre os três graus simbólicos, sem qualquer subordinação a um Supremo Conselho;
6º - As Três Grandes Luzes --- Livro da Lei, Esquadro e Compasso --- serão sempre expostas nos trabalhos da Grande Loja e das Lojas de sua jurisdição; a principal Luz é o Livro da Lei Sagrada;
7º - As discussões de ordem religiosa e política são interditadas nas Lojas;
8º - Os Antigos Landmarks, costumes e usos da Maçonaria,serão estritamente observados"
O que se deve lamentar, no caso, é que a mesma G.L. Unida postergue os seus Princípios de Reconhecimento, quando isso lhe interessa, politicamente. Isso já aconteceu, inclusive na França: em 1911, foi fundada a Grande Loja Nacional Francesa --- que se auto-intitulou "independente e regular" --- por apenas duas Lojas, ou seja: a "Le Centre des Amis", de Paris, dissidente do Grande Oriente, e a "L´Anglaise", de Bordeaux. Apesar disso ela foi rapidamente reconhecida pela Grande Loja inglesa, pois lhe convinha ter uma Obediência que rezasse pela sua cartilha, para combater o Grande Oriente. E, pelos padrões ingleses, essa Grande Loja Nacional, embora muito menor do que as outras duas, é a única regular na França, segundo a G.L. Unida da Inglaterra.
Fidelidade aos antigos usos e costumes da fraternidade
O Grande Oriente e a Grande Loja da França, porém, doutrinariamente, continuam a manter a fidelidade àqueles antigos usos, relativos ao respeito à liberdade absoluta de consciência. E os usos introduzidos pelo Grande Oriente --- como, por exemplo, Tronco da Viúva e Palavra Semestral (esta, introduzida em 1777) --- são seguidos por quase todas as Obediências. O uso de espadas, por todos os obreiros, em Loja --- embora em desuso, lamentavelmente --- surgiu nos anos que antecederam a revolução, quando, em público, só nobres, ou membros do alto clero (que também eram recrutados no seio da nobreza) portavam espadas, não como arma de ataque e defesa, mas como símbolo de sua alta posição social. A Maçonaria francesa, tendo muitos aristocratas em seus quadros, embora seu maior contingente fosse da burguesia, que faria a revolta, ao implantar o uso de espadas em Loja, pretendia mostrar que ali todos eram iguais, não havendo nobres ou plebeus, ricos ou pobres, ficando, as ainda inevitáveis diferenças sociais e econômicas para lá do limite dos templos.
Sem dúvida é, o Rito Moderno, hoje, o único fiel ao texto original das Constituições de Anderson (1723), que enfeixavam os antigos usos e costumes da Maçonaria e que se tornaram o instrumento jurídico básico da moderna Maçonaria.
José Castellani
O RITO MODERNO OU FRANCÊS
Muito se critica e pouco se conhece a respeito do Rito Moderno ou Francês.
Uma das mais infantis acusações ou afirmativas gratuitas que se faz sobre o Rito é ser ele ATEU.
É lamentável que maçons, que deveriam conhecer um pouco de filosofia e teoria do conhecimento, façam confusão entre ateísmo e agnosticismo.
O Rito Moderno, por saber que a atitude filosófica da Maçonaria é a pesquisa constante da verdade, e por outro lado, ao ver que a verdade, para que seja considerada em todo o seu sentido, deve ser absoluta e infinita, abraça a corrente de pensamento que reconhece a impossibilidade do conhecimento do Absoluto pelo homem em sua finitude e relatividade, ou seja o AGNOSTICISMO.
Afirmando assim uma posição de humildade perante o Absoluto. O que deveria ser característica de todo Maçom.
Acrescente-se mais que o Gnosticismo, como teoria da possibilidade de conhecimento (não confundir com os chamados "Gnósticos"do início da Era Cristã), afirma que é possível conhecer o absoluto.
Ora, o Ateísmo, ao afirmar categoricamente a inexistência de Deus, pertence à corrente gnóstica, posto que, nessa assertiva, mostra ser possível conhecer o Absoluto, donde podemos concluir que o ateu jamais será agnóstico e o agnóstico não pode ser ateu, pois suas teorias da possibilidade do conhecimento se chocam frontalmente.
Por outro lado, há religiões, como o Budismo, que, em sua origem, toma uma posição agnóstica, não se preocupando em explicar o Absoluto, reconhecendo a impossibilidade de definí-lo.
Desta forma, o Rito Moderno acolhe em seu seio, sem nenhum constrangimento, irmãos das mais diversas profissões religiosas e filosóficas, posto que, mesmo sendo ele agnóstico, não impõe aos seus membros o agnosticismo, mas exige deles uma posição relativa quanto à possibilidade de que outros Irmãos, que abraçam outra filosofia, estejam certos, ora quem é dono da verdade não tem necessidade de pesquisá-la ou procurá-la.
Outra afirmativa que se faz sobre o Rito Moderno é sua anti-religiosidade, o que não passa de outra confusão, que os dicionários, se consultados, ajudariam a esclarecer.
O prefixo "anti" quer dizer "contra". O que melhor caberia para o Rito é o prefixo "a", que significa "inexistência", "privação"; e é empregado no sentido de eqüidistância entre o "a favor" e o "contra".
A maçonaria é eqüidistante das religiões, não é uma seita religiosa, e os Irmãos que assim a tornam são, evidentemente, ou aqueles que procuram desvirtuá-la, ou aqueles que insatisfeitos com suas religiões procuram na Maçonaria uma nova religião ou a compensação para as suas frustrações místicas.
E, é baseado na eqüidistância perante as religiões que o Rito Moderno não adota a existência da Bíblia no Triângulo de Compromissos, Altar de Juramentos para outros Ritos.
Os defensores da colocação da Bíblia alegam que deve haver um "livro da lei revelada". Ora, a Bíblia só passou a ser adotada em algumas Lojas a partir de 1740, antes disso Anderson e os demais Maçons aceitavam a obrigação do "Livro da Lei", Lei Maçônica, Lei Moral. Acrescente-se, ainda, que existem religiões, tais como a Umbanda, o Candomblé, a Pajelança, e outras, com diversos adeptos entre nós, que possuem um livro da lei revelada, cuja tradição é oral. Perguntamos, que livro religioso se colocaria na presença de tais Irmãos?
Vemos constantemente Irmãos Judeus e Muçulmanos, quando Iniciados e em suas exaltações, compelidos a jurarem sobre a Bíblia Cristã, em tradução Católica ou Protestante, numa autêntica violação de suas consciências e dos princípios maçônicos, ou numa prova de que tais juramentos são falsos.
Nosso "Livro da Lei" são os princípios da Sublime Ordem, quando muito as Constituições das Potências às quais pertença a Loja, onde constam tais princípios, ou, ainda, as Constituições de Anderson, em sua redação original, que deu origem à institucionalização da moderna Maçonaria.
Aproveitamos para transcrever o artigo primeiro da Constituição de Anderson, que é bastante claro a respeito do assunto:
"O Maçom está obrigado, por sua vocação, a obedecer a Lei Moral, e se compreender seus deveres, nunca se converterá em um estúpido ateu nem em um irreligioso libertino. Apesar de nos tempos antigos os Maçons estarem obrigados a praticar a religião que se observava nos países em que habitavam, hoje crê-se mais conveniente não impor-lhes outra religião senão aquela que todos os homens aceitam, e dar-lhes completa liberdade com referência às suas opiniões particulares. Esta religião considte em ser homens bons e leais, quer dizer, homens honrados e probos, seja qual for a diferença de denominações ou de convicções. Deste modo, a Maçonaria se converterá em um centro de União e é o meio de estabelecer relações amistosas entre pessoas que, fora dela, teriam permanecido separadas".
Após a leitura deste texto, muito pouco se poderá acrescentar a respeito, além de que há religiões que não permitem ao homem se ajoelhar perante seu semelhante, como exigem alguns Ritos, o que não é permitido no Rito Moderno.
Mais uma vez o Rito prova, com sua atitude, ser eqüidistante e respeitar a religião de todos os Irmãos.
Bom seria que os Irmãos, que se intitulam religiosos, estudassem um pouco a história e o conteúdo de outras religiões além das nossas, saindo de uma posição sectária, proibida pela Ordem.
Outra "terrível" acusação que se faz ao Rito é não invocar e tampouco adorar o "GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO", tendo inclusive evitado o uso de seu nome nos Rituais.
Ora, meus Irmãos, por mais boa vontade de que possamos estar imbuídos, jamais deixaremos de invocar as entidades religiosas a que estamos ligados dentro de termos e Rituais próprios de nossa religião, e, estaremos desta forma sempre ferindo e violando as crenças e as formas de adoração de outros Irmãos.
Deixemos as adorações e as invocações para fazê-las em nossas Igrejas, nossas Sinagogas, nossos Templos religiosos, nossos Centros, nossos Terreiros, nossas Casas e evitemos fazê-las em Loja, onde temos a obrigação de não forçar qualquer Irmão a repetir fórmulas com as quais sua consciência não possa concordar.
Quanto ao não uso do nome do Grande Arquiteto do Universo nos Rituais só começou a ocorrer a partir da Convenção de 1877, por conclusão do relator da proposta de exclusão do seu uso nos Rituais do Grande Oriente de França, e, é bom lembrar que este Irmão relator era um religioso, o pastor protestante Frederico Desmons.
Este foi o grande motivo par que a Grande Loja Unida da Inglaterra rompesse relações com o Grande Oriente de França, no entanto, o Grande Oriente da Bélgica, desde 1872, vedara a invocação e a inclusão do Grande Arquiteto do Universo nos seus Rituais, e nem por isso a Potência inglesa rompera relações com os belgas.
O principal fundamento para a exclusão do nome do Grande Arquiteto do Universo dos Rituais é ter os Irmãos, como se pode observar, utilizado dia a dia o símbolo do Princípio Criador da Energia inteligente, do Ente Supremo, do mesmo modo que se vulgarizou o termo Deus, particularizando o seu emprego, invocando-o e adorando-o, conforme sua religião e não como símbolo de todas as concepções que se tenha do que é a Origem do Universo.
Antes de encerrar essas breves considerações gerais sobre o Rito Moderno ou Francês, não poderíamos esquecer o problema dos "Landmarks".
O que são "Landmarks"? O próprio nome diz: são marcas de terra, limites, lindeiros, e como tal devemos considerá-los, jamais como dogmas.
Lembremo-nos: NA MAÇONARIA NÃO EXISTEM DOGMAS EXISTEM PRINCÍPIO.
No Brasil, existe uma verdadeira psicose pelos "Landmarks" de Mackey, e, no entanto, quando a Maçonaria veio para nossa Pátria, eles sequer existiam, tendo aparecido apenas em 1858.
Meus Irmãos, fica a pergunta: quem deu poderes, que entidade inspirou ao nosso Irmão Mackey para firmar dogmas dentro da Sublime Ordem? Particularmente um deles: o 25º, que não permitequalquer alteração, ferindo o princípio da investigação constante da verdade, da evolução, da pesquisa, de se afirmar progressista: nada pode mudar a partir dele, é o dogma da imutabilidade, da não evolução.
É evidente que o Rito Moderno, dentro desses termos, não poderia aceitar os "Landmarks"de nosso querido Irmão, que pretendeu impedir um dos fundamentos da Maçonaria: A LIBERDADE.
Meus Irmãos, diversos são os "Landmarks"mais conhecidos, tais como os de Findel, de Lecerff, de Pound, de Mackey, de Grant, que chegam a 54, e muitos outros. Qual deles é o profeta da Maçonaria que recebeu inspiração divina pra que se afirme ser sua catalogação a correta?
Que Congresso Maçônico mundial concluiu serem estes ou aqueles os "Landmarks" aceitos universalmente?
Deverão os "Landmarks", mesmo que universais, estacionarem no tempo e no espaço?
Apenas como lembrança, devemos citar que muitos dos nossos Irmãos de outros Ritos e de outras Potências concordam plenamente conosco na tese que abraçamos sobre os "Landmarks".
Conclamamos aos Irmãos de todos os Ritos e de todas as Potências: devemos nos preocupar com aquilo que nos une, e, relegar a segundo plano o que nos separa.
Este é o fito primordial do Rito Moderno quando dá origem à instituição de um "Grande Oriente": admitir a diversidade dos Ritos, unindo, numa mesma Potência, Irmãos das mais diversas posições filosóficas, num verdadeiro Universalismo, pois este é o princípio fundamental da Sublime Ordem.
LIBERDADE, IGUALDADE, FRATERNIDADE
Introdução
Aparentemente discorrer sobre o Rito Moderno , parece uma tarefa muito difícil, no entanto, sendo a Maçonaria uma instituição universal e cujos ritos se assemelham muito, a seguir apresentaremos o nosso.
Do Rito
Segundo o Dicionário do Aurélio da Língua Portuguesa: “De maneira geral é o cerimonial próprio de um culto, ou de uma sociedade, determinado pela autoridade competente. Serve também para ordenação de qualquer cerimônia e por extensão, Seita, Culto, Religião.
O Rito Moderno, criado em 1761, foi reconhecido pelo Grande Oriente da França em 1773. A partir de 1786, quando um projeto de reforma estabelecendo sete graus do Rito, o mesmo teve grande impulso , espalhando-se por toda a França, Bélgica, Colônias Francesas e Países Latino-Americanos, inclusive o Brasil, já no Século XIX.
Tomamos conhecimentos, nós Aprendizes , que o Grande Oriente do Brasil (GOB) e o Grande Oriente de São Paulo (GOSP), realizam seus trabalhos Oficiais, dentro do Rio Moderno.
Do Processo De Admissão
Assim como nos demais ritos, o Profano recebe uma proposta, (convêm lembrar que é sempre convidado e nunca à pedido) a qual deve ser preenchida, contendo questões com variados temas, e numa delas , o candidato revela sua crença em um Ser Supremo, como o Princípio Criador, que é dentre outras, condição fundamental para o ingresso na instituição.
Da Iniciação
De olhos vendados , o ainda Profano é guiado para a Câmara de Reflexões, onde tem oportunidade de fazer sua Auto-Avaliação . Em seguida Ele passa a ser questionado, em loja, praticando três viagens, como a seguir :
1o Interrogatório:
Somos questionados sobre : Filosofia, Moral e Trabalho.
Após respondermos, vamos para a 1a viagem, a qual representa: A Infância e a Família;
Ao iniciarmos o percurso (simbólico), o termo dirigido aos Neófitos é : Meu Filho , Vinde Conosco.
2o Interrogatório:
As questões versam sobre : Índole, Hábitos e Conduta;
Iniciamos aí , a 2a viagem, a qual representa: A Juventude e o Mestre.
Nesta viagem o termo dirigido aos Aspirantes É: Meu Discípulo, Segui-Me.
3o Interrogatório:
Estas últimas questões versam sobre : Política, Relacionamento Social e Crença;
Somos guiados então para a 3a viagem, representando: A Idade Madura, O Amigo ;
Nesta última viagem o termo usado à nós, é: Meu amigo, Apoiai-vos em Mim.
* Os interrogatórios que ocorrem entre as viagens, no Rito Moderno, visam ter uma maior e melhor avaliação sobre o pensamento do iniciando, sendo fundamental a sua boa performance sobre questões relativas ao: Aborto, Pena de Morte, Relacionamento Familiar, Divórcio dentre muitas outras. *
Convém salientar, ainda que, dependendo das respostas, o Ainda Profano poderá ser reprovado, não ingressando portanto, na instituição.
Após as três viagens, recebe-se a Luz e então faz-se a Promessa solene perante o Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso.
A simbologia do recebimento da Luz é ao ser desvendados os olhos.
Após este processo, nos retiramos do Templo, e aí, recebemos a nossa primeira Instrução de como adentrar ao Templo.
Entrada Ritualística no Templo
Entra-se riualisticamente no Templo, quando solicitado pelo Venerável e com o Pé direito dando três passos, sempre formando um Esquadro, até fincar entre- colunas e ato contínuo faz-se a saudação: ao Venerável, 1O e 2o Vigilantes.
Os três passos representam : A Gramática, A Lógica e a Retórica . Significando: A Gramática : Maneira correta de expressão pela escrita; A Lógica: Organização de idéias; A Retórica: Forma de transmissão de idéias através da palavra.
O Templo
No Oriente, situa-se além do Venerável Triângulo dos Compromissos, que é posicionado com um dos vértices para o Ocidente e ficam sobre ele as luzes principais da Maçonaria, ou sejam, o Livro da Lei, O Esquadro e o Compasso; ainda o Secretário à direita do Venerável e o Orador à esquerda, e demais dignidades.
No Ocidente, temos as colunas:
Do Norte que ostenta a letra “J” , onde estão situados , o 2o Experto , Cobridor, Mestre de Cerimônias, Chanceler , Mestres, Aprendizes e a Pedra Bruta;
Do sul que ostenta a letra “B” , onde estão situados o 1O Vigilante , 1o e 3o Experto , o Hospitaleiro, o tesoureiro , Mestres, Companheiros e a Pedra Cúbica. Diferentemente de alguns ritos, a Coluna do Norte (J) , no Rito Moderno, situa-se à esquerda de quem mostra adentrar ao Templo e consequentemente a Coluna do Sul (B) à direita.
Ainda faz parte da Ritualística
Bateria :
A bateria é composta por três batidas, sendo duas rápidas e a última, após breve pausa, diferindo também de alguns ritos.
Aclamação :
Liberdade (ombro esquerdo); Igualdade (ombro direito); Fraternidade (altura da cabeça).
A coleta das contribuições espontâneas , como ocorre nos outros ritos, no Rito Moderno ou Francês, denomina-se Tronco de Solidariedade.
Como acontece em outros ritos, nos nossos trabalhos, em loja, no Grau de Aprendiz, é dedicado um Templo para Estudos, onde recebemos instruções sobre a Doutrina. Simbolismo, Legislação e História da Maçonaria, as quais são ministradas pelo Irmão 2o Vigilante e complementadas, quando necessário, pelos demais irmãos, e, se houver dúvidas este é o momento em que temos oportunidade de formular perguntas.
Conclusão
Embora não haja, entre os diversos agrupamentos maçônicos, notáveis diferenças doutrinárias, filosóficas ou ideológicas, elas existem, indisfarçadamente, quanto à interpretação dos fatos históricos à análise do esoterismo básico de algumas práticas nas Sessões e até mesmo à situação geográfica. Em decorrência disso , sempre existiram – e ainda existem – vários ritos maçônicos, sem contudo podermos precisar o número. Muitos deles apesar de antigos, ainda existem, enquanto que muitos foram desaparecendo e outros surgindo. Essa pluralidade de Ritos, que muitos consideram como se fosse uma divisão, com conseqüente enfraquecimento, muito longe disso, sugere, muito mais , a Riqueza Intelectual e Moral da Ciência maçônica, que proporciona a existência de diversas correntes de pensamento, as quais convergem para um ponto comum, que é o desiderato final de toda associação maçônica.
Bibliografia:
Dicionário da Língua portuguesa, Aurélio Buarque de Holanda Ferreira.
Dicionário Ilustrado de Maçonaria, Sebastião Dodel dos Santos.
A Maçonaria e sua Herança Hebraica, José Castelanni.
Manual do Rito Moderno – Grau de Aprendiz – José Castellani e Frederico Guilherme Costa.