Resumo Histórico
A fundação do Supremo Conselho do Brasil, em 12 de Novembro de 1832 foi autorizada por uma patente fornecida pelo Supremo Conselho dos Países Baixos (hoje, a Bélgica), quando se encontrava exilado na Europa, para onde fora após a queda dos Andradas, em 1823. Ele se encontrava na Europa de onde só retornou após a abdicação do Imperador Dom Pedro I, em 7 de Abril de 1831.
Francisco Gê Acaiaba Montezuma (1794-1870), assumiria a partir de 1851 o cargo de Senador do Império tendo sido radical defensor pela imediata abolição da escravatura. Permaneceu como 1º Soberano Grande Comendador, desde a inauguração até o dia 12 de Novembro de 1835, quando passou o cargo para o 2º ocupante, que foi Antonio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva. Montezuma foi um idealista que transformou a construção do Supremo Conselho em Jurisdição Litúrgica do mais importante e difundido Rito Maçônico no Brasil, como corpo filosófico de mais alto nível no contexto maçônico.
O trabalho dos seguidores de Montezuma que permaneceram aliados ao Grande Oriente do Brasil, em especial nos últimos 30 anos, foi de primar pela probidade, pelo estudo, pela concessão de graus mediante rigorosas regras escocesas e pela expansão ordenada das Lojas de Perfeição, Sublimes Capítulos Roza Cruz, Conselhos Filosóficos de Kadosh e Consistórios de Príncipes de Real Segredo, em todos os recantos do país. O Supremo Conselho de Montezuma está solidamente organizado e possui um extenso patrimônio situado no Estado do Rio de Janeiro possuindo em toda extensão territorial do país cerca de 900 câmaras filosóficas em pleno funcionamento.
O Grande Oriente do Brasil e o Supremo Conselho do Brasil para o REAA
O Grande Oriente do Brasil, Potência Simbólica, fundada em 17 de Junho de 1822, cujo atual Soberano Grão-Mestre Geral é o Ir.·. Laelso Rodrigues, com sede em Brasília, na Av. W-5-SGAS 913 - Módulos 60/61, mantém desde a fundação do Supremo Conselho do Brasil para o REAA reconhecimento mútuo, contínuo e constante, sendo que em 1854 houve a total fusão das duas obediências quando era Soberano Grande Comendador o Duque de Caxias (Patrono do Exército Brasileiro).
Essa fusão só seria desfeita em 1951, quando, pela Constituição do Grande Oriente do Brasil aprovada nesse ano, as duas Obediências tornaram-se independentes uma da outra, originando o atual "Tratado de Amizade e Aliança", de mútuo reconhecimento e que, continua em vigor até hoje, pelo qual, o Supremo Conselho do Brasil para o REAA reconhece o Grande Oriente do Brasil como única Potência Regular, legítima e soberana no Brasil, para os três graus simbólicos.
Por seu lado o Grande Oriente do Brasil reconhece o Supremo Conselho do Brasil para o REAA, como única Potência Regular, legal, legítima, soberana e Chefe do Rito, com exclusiva autoridade e jurisdição no Brasil. O Grande Oriente do Brasil tem 1906 Lojas Simbólicas em todo o território brasileiro, com 105.743 membros ativos e regulares, dos quais mais de 80% são do REAA.
Por seu lado o Grande Oriente do Brasil reconhece o Supremo Conselho do Brasil para o REAA, como única Potência Regular, legal, legítima, soberana e Chefe do Rito, com exclusiva autoridade e jurisdição no Brasil. O Grande Oriente do Brasil tem 1906 Lojas Simbólicas em todo o território brasileiro, com 105.743 membros ativos e regulares, dos quais mais de 80% são do REAA.
Os Graus Maçônicos no REAA
INTRODUÇÃO
Após ter sido iniciado nos mistérios dos graus simbólicos, o maçom adquire a possibilidade de passar a estudar a filosofia presente nos graus ditos filosóficos. A maiororia dos autores afirmam o quanto é escasso o material escrito a respeito dos Altos Graus, ficando o Ir.·. restrito aos ensinamentos dos Rituais, os quais, nem sempre oferecem um estudo que se possa adjetivar como completo.
Assim sendo, pretendemos aqui esboçar ao Ir.·., tendo como guia o autor Nicola Aslan, em seu "Instruções Para Lojas de Perfeição", uma pequena síntese do que sejam os Graus Maçônicos, em especial os Graus Filosóficos.
GRAUS MAÇÔNICOS
Se nos perguntássemos : Qual a razão de ser dos Graus Maçônicos ? Qual seria a resposta ?
Tal questionamento está inserido em um dos Capítulos da obra supra citada, e nos passa como resposta o que passamos a sintetizar:
Se tomarmos como premissa que a Maçonaria é uma ciência, assim como a definem os anglo-saxônicos, certamente diremos que se trata de uma "ciência complexa, vasta, difícil, e que abrange todas as ciências que constituem o fundo comum das religiões, das artes e da filosofia de todos os povos do mundo, desde os tempos mais primitivos". Esta afirmação de Nicola Aslan nos dá a profundidade da dimensão do estudo necessário para se compreender os mistérios maçônicos.
Logo, um dos principais objetivos da Maçonaria é o estudo, através da pesquisa da Verdade, no afã de possibilitar a continuidade da instituição, sendo que, segundo o autor, as atividades sociais, filantrópicas, administrativas, litúrgicas, e outras são instrumentos utilizados pela Maçonaria para motivar e vitalizar as Lojas.
A Maçonaria adota um método iniciático de ensino de suas doutrinas, calcado na interpretação de símbolos, os quais intuitivamente, vão permeando pelo desenvolvimento auto-didático e pessoal do maçom, na medida em que não se dispõem de organizações metódicas de estudo e de instrução em conjunto, fazendo com que os impulsos de cada indivíduo leve-o ao conhecimento necessário para a busca da iluminação interior.
Logo, o método de ensino iniciático necessita ser conhecido através de vários degraus, os Graus Maçônicos, que levarão o iniciado a transformar-se em "cidadão consciente, disciplinado e cumpridor de seus deveres, pedra polida para ser utilizada na construção do Templo Ideal da Humanidade".
Se um dos principais objetivos da Maçonaria é o estudo utilizando-se de um ensino iniciático que progride a cada grau, podemos afirmar que o objetivo dos graus filosóficos é fazer com que o Ir.·. vá adquirindo "passo a passo", para utilizar uma linguagem cotidiana, uma classe iniciática onde se encontram partes da doutrina maçônica. Vale lembrar que o conteúdo filosófico de cada grau "veiculam muitas vezes opiniões e preconceitos vigentes na época em que foram redigidos, mas posteriormente modificados por descobertas científicas, por acontecimentos políticos ou outros fatores de transformação e de progresso".
Visto isto, perguntamos então :
Qual o conteúdo dos graus filosóficos do R.·.E.·.A.·.A.·., sua nomenclatura e divisão ?
Afirma o autor, em seu trabalho do qual estamos extraindo esta síntese, que existem numerosos sistemas de Altos Graus, "todos eles denominados escocistas, mas, na presente obra, examinaremos apenas o R.·.E.·.A.·.A.·., por ser o mais difundido no Brasil e por ser o mais espalhado em quase todos os países, formando assim uma cadeia de união universal, através dos seus Supremos Conselhos.
Os graus deste sistema de Supremos Conselhos são agrupados em séries, e cada série possui uma finalidade ou um objetivo, que deverão ser atingidos através da iniciação."
Lembremo-nos que os graus simbólicos, Aprendiz e Companheiro , são de origem operativa e estão diretamente ligados aos ensinamentos da moral e ao desbaste da Pedra Bruta, utilizando-se das ferramentas associadas às virtudes e qualidades necessárias à transformação que levarão o ser imperfeito à Pedra Polida. Já o grau de Mestre é essencialmente "iniciático e esotérico, e contém todas as doutrinas que serão, posteriormente, objeto das instruções dos graus superiores."
Recebem o título de graus universais por serem comuns a todos os Ritos. Porém, nos seus Altos Graus, cada Rito tem a sua própria nomenclatura.
Passemos à nomenclatura dos Altos Graus do R.·.E.·.A.·.A.·., onde é conveniente falarmos da divisão relacionada ao ensinamento e à concessão, pela Loja, dos diversos graus do R.·.E.·.A.·.A.·., os quais são relacionados como segue :
TIPO DE LOJA
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TIPOS DE GRAUS
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GRAUS CONCEDIDOS
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LOJA SIMBÓLICA
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GRAUS SIMBÓLICOS
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1º , 2º E 3º
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LOJA DE PERFEIÇÃO
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GRAUS INEFÁVEIS
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4º AO 14º
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LOJA CAPITULAR
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GRAUS CAPITULARES
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15º AO 18º
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CONSELHO KADOSH
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GRAUS FILOSÓFICOS
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19º AO 30º
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CONSISTÓRIO
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GRAUS ADMINISTRATIVOS
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31º E 32º
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SUPREMO CONSELHO
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GRAU ADMINISTRATIVO
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33º
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A nomenclatura dos Altos Graus do R.·.E.·.A.·.A.·., bem como algumas considerações sobre o seu significado é a que segue abaixo :
GRAUS INEFÁVEIS CONCEDIDOS PELAS LOJAS DE PERFEIÇÃO
GRAUS CAPITULARES CONCEDIDOS PELOS CAPÍTULOS ROSA-CRUZ
GRAUS FILOSÓFICOS CONCEDIDOS POR UM CONSELHO KADOSH
GRAU | NOMENCLATURA | BREVES CONSIDERAÇÕES |
4º | Mestre Secreto | Grau de meditação; os verdadeiros segredos da Maçonaria devem ser objeto de pesquisas; |
5º | Mestre Perfeito | Grau de meditação; estudar a filosofia da natureza e a solução da quadratura do círculo filosófico; |
6º | Secretário Íntimo | O Grau é baseado na idéia de aprendizagem do comando, e sua moral resume-se no respeito que devemos Ter aos segredos alheios; |
7º | Preboste e Juiz( ou Mestre Irlandês) | É consagrado à equidade severa com a qual devemos julgar nossas ações; |
8º | Intendente dos Edifícios (ou Mestre em Israel) | A liberdade é o único traço de união entre o trabalho e a propriedade; |
9º | Mestre Eleito dos Nove | Grau de Iluminação . Consagra-se ao zelo virtuoso e ao talento esclarecido que, por bons exemplos e generosos esforços, vingam a verdade e a virtude do erro e do vício; |
10º | Ilustre Eleito dos Quinze | Consagrado à extinção de todas as paixões e de todas as tendências censuráveis; |
11º | Sublime Cavaleiro Eleito | Consagrado à regeneração dos costumes, às ciências e às artes; |
12º | Grão Mestre Arquiteto | Representa-se o povo e consagra-se à coragem perseverante |
13º | Real Arco | Destinado a interpretação dos primeiros instituidores da Ordem; |
14º | Grande Eleito, ou Perfeito e Sublime Maçom | Consagrado ao Grande Arquiteto do Universo; |
GRAUS CAPITULARES CONCEDIDOS PELOS CAPÍTULOS ROSA-CRUZ
GRAU | NOMENCLATURA | BREVES CONSIDERAÇÕES |
15º | Cavaleiro do Oriente | Esse Grau aborda o momento histórico do fim do exílio dos hebreus na Babilônia; |
16º | Príncipe de Jerusalém | O Grau é consagrado ao retorno à Terra Santa; |
17º | Cavaleiro do Oriente e do Ocidente | Grau consagrado aos cruzados; |
18º | Cavaleiro Rosa-Cruz | Esse grau celebra o advento de Cristo; |
GRAUS FILOSÓFICOS CONCEDIDOS POR UM CONSELHO KADOSH
GRAU | NOMENCLATURA |
19º | Grande Pontífice ou Sublime Escocês, dito da Jerusalém Celeste |
20º | Soberano Príncipe da Maçonaria ou Mestre ad-vitam |
21º | Noaquita ou Cavaleiro Prussiano |
22º | Cavaleiro do Real Machado ou Príncipe do Líbano |
23º | Chefe do Tabernáculo |
24º | Príncipe do Tabernáculo |
25º | Cavaleiro da Serpente de Bronze |
26º | Príncipe de Merci ou Escocês Trinitário |
27º | Grande Comendador do Templo ou Soberano Comendador do Templo de Jerusalém |
28º | Cavaleiro do Sol ou Príncipe Adepto |
29º | Grande Cavaleiro Escocês de Santo André ou Patriarca dos Cruzados |
30º | Grande Inquisitor ou Cavaleiro Kadosh ou Cavaleiro da Águia Branca e Negra |
GRAUS ADMINISTRATIVOS CONCEDIDOS PELO CONSISTÓRIO
GRAU | NOMENCLATURA |
31º | Grande Inspetor , Inquisitor Comendador |
32º | Sublime Príncipe do Real Segredo |
ÚLTIMO GRAU ADMINISTRATIVO CONCEDIDO PELO SUPREMO CONSELHO
GRAU | NOMENCLATURA |
33º | Soberano Grande Inspetor Geral |
FONTE: "Instruções para Lojas de Perfeição"; Nicola Aslan; Ed. "A TROLHA"; Ano de Publicação: 1994; 1ª Edição. Supremo Conselho do Brasil para o Rito Escocês Antigo e Aceito - Templos Escoceses, Museu, Pinacoteca e Biblioteca; Autor Cláudio Roque Buono Ferreira; Ano de Publicação 2000; Editora Copy Show - São Paulo-Brasil. |