Símbolo Maçônico que, segundo Plantagenet, tem relação direta com a Orla Denteada, o Pavimento Mosaico, a Cadeia de União e as Romãs. Cada um desses Símbolos relembra que todos os Maçons espalhados pela superfície do globo formam entre si uma única família de Irmãos. A corda de 81 nós é, portanto, o emblema simbólico da União e da Fraternidade Maçônicas.
A Corda percorre o friso do Templo da Loja, tendo uma borla em cada uma de suas extremidades que terminam diante das duas Colunas da entrada. De distância em distância existem nós que são chamados “laços de amor”. Primitivamente, estas cordas com “laços de amor” eram desenhadas no pequeno paralelogramo, traçado no chão, com giz ou carvão, que constituía então o Painel da Loja e que, posteriormente, foi substituído pelo “tapete”. No Grau de Aprendiz havia três laços, no de Companheiro cinco. Não havia “laços de amor” no Painel de Mestres por ser o seu desenho algo diferente.
J. Boucher (LSM ) escreve a esse respeito:
Pode-se, portanto, pensar razoavelmente que os primeiros Maçons especulativos, tendo substituído o “cordel” operativo por um cordão ornamental, deram muito naturalmente a este cordão nós em forma de “laços de amor”. Esta espécie de nós figurando nos brasões o Painel ou Tapete da Loja (VEEPP), que enfeixa os Símbolos essenciais da Maçonaria, pode ser considerado como o armorial maçônico (p. 173).
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A Corda de 81 Nós é um dos ornamentos de um Templo escocês e é encontrada no alto das paredes, junto ao teto e acima das Colunas Zodiacais.
O nó central dessa corda deve estar sobre a cadeira do Venerável, acima do dossel, se ele for baixo, ou abaixo dele e acima do Delta, se o dossel for alto, tendo, de cada lado, quarenta nós, que se estendem pelo Norte e pelo Sul; os extremos da corda terminam em ambos os lados da porta ocidental de entrada, em duas borlas, representando a Justiça (ou Eqüidade) e a Prudência (ou Moderação).
A corda poderá ser natural, ou esculpida nas paredes, mas os nós deverão ser eqüidistantes e, sempre, em número de oitenta e um, coisa que nem sempre acontece na maioria dos Templos, tirando todo o simbolismo da corda.
Ela deverá ter, mesmo, 81 nós, por três razões:
1) O número 81 é o quadrado de 9, que por sua vez, é o quadrado de 3, número perfeito e de alto valor místico, para todas as antigas civilizações; três eram os filhos de Noé (Gênesis: 6,10), três, os varões que apareceram a Abraão (Gênesis: 18,2), três os dias de jejum dos judeus desterrados (Ester: 4,6), três as negações de Pedro (Mateus: 26,34), três as virtudes teologais (I Coríntios: 13,13). Além disso, as tríades divinas sempre existiram, em todas as religiões: Shamash, Sin e Ichtar, dos sumerianos; Osíris, Ísis e Hórus, dos egípcios; Brhma, Vishnu e Siva, dos hindus; Yang, Ying e Tao, do taoísmo, etc., além da Trindade cristã.
2) O número 40 (quarenta nós de cada lado, extraindo-se o nó central) é o número simbólico da Penitência e da Expectativa: quarenta foram os dias que durou o Dilúvio (Gênesis: 7,4), quarenta dias passou Moisés no Sinai (Êxodo: 34,28), quarenta dias durou o jejum de Jesus (Mateus: 4,2), quarenta dias Jesus esteve na Terra, após a ressurreição (Atos dos Apóstolos: 1,3).
3) O nó central representa o número um, a unidade indivisível, o símbolo de Deus, princípio e fundamento do Universo; o número um, desta maneira, é um número sagrado.
Esotericamente, a Corda de 81 Nós simboliza a união fraternal e espiritual, que deve existir, entre todos os Maçons dói mundo; representa, também, a comunhão de idéias e de objetivos da Maçonaria, que, evidentemente, devem ser os mesmos, em qualquer parte do planeta.
Embora alguns autores afirmem que a abertura da corda, em torno da porta de entrada do Templo, com a formação das bordas, simboliza o fato de que a Maçonaria está sempre aberta para acolher novos membros, novos profanos que desejem receber a Luz Maçônica, a realidade é que essa abertura significa que a Ordem Maçônica é dinâmica e progressista, estando, portanto, sempre aberta às novas idéias, que possam contribuir para a evolução do Homem e para a o progresso racional da humanidade, já que não se pode ser Maçom aquele que rejeita as idéias nova, em benefício de conservadorismo rançoso, muitas vezes dogmático e, por isso mesmo, altamente deletério.
Castellani, José. O Rito Escocês Antigo e Aceito: História – Doutrina – Prática. Cadernos de Estudos Maçônicos. 2ª Edição. Pág. 182, 183. - Ed. Maçônica A TROLHA Ltda. Londrina, PR - 1996.