Apr\Heliomar dos Santos
Primeiro vamos abordar a existência do GRANDE ARQUITETO, CRIADOR DO UNIVERSO e de tudo que existiu, existe e existirá. Não se pode deixar de acreditar na existência desse SER SUPERIOR, pois só um SER SUPERIOR teria condições de tão hercúlea tarefa, qual seja a criação do UNIVERSO tal como o conhecemos. Particularmente a criação do ser humano dotado de inteligência discernitiva , que permite o seu aprimoramento ao mais alto grau de concepção no transcorrer de nossas vidas. Inteligência essa que dirigida por uma sã moral , permite o discernimento entre o bem e o mal, condição Sine Qua Non necessária a uma conduta digna, cujos ensinamentos morais, são encontrados na Maçonaria. Ensinamentos morais esses que são baseados no AMOR AO PRÓXIMO. Sistema esse baseado em MISTÉRIOS E ALEGORIAS . Alegorias e Mistérios, a principio secretos, mas que no decorrer do estudo dos mesmos , aliado a uma simbologia nos permite conhecer a SUBLIME BELEZA que ali se encerra.
Quando lemos uma das mais comuns definições da Maçonaria, qual seja:- "É um sistema de moral velada por Alegorias e ilustrada por Símbolos", notamos, desde o início, a presença das palavras Alegorias e Símbolos.
É bastante comum haver uma confusão entre os sentidos destas palavras, misturando-se os seus valores, empregando-se uma terceira palavra, emblema, como sinônima.
Esta mistura pode ser vista nos diversos dicionários. Para a Maçonaria, no entanto, existem sutis diferenças no sentido em que estas palavras devem ser tomadas. É claro que aqui, apresentamos o entendimento que tiramos das diversas pesquisas que realizamos para a execução deste trabalho, o que não quer dizer que esteja, necessariamente, certo e definitivo.
Em primeiro lugar, vamos à palavra Emblema, que pouco interessa para nossos estudos.
Entendemos que o emblema é apenas um distintivo como, por exemplo, o esquadro e o compasso que alguns Maçons usam nas lapelas. Visto por qualquer pessoa, ele lembrará sempre a Maçonaria, sendo, então, apenas um distintivo. O emblema traduzirá, portanto, sempre a mesma idéia simples e constante.
Para a Maçonaria interessam as palavras Símbolo e Alegoria. De início, poderíamos fazer uma distinção: as Alegorias são os véus que ocultam os verdadeiros sentidos das coisas, enquanto que os Símbolos procuram transmitir idéias.
Neste sentido, Alegoria será exatamente como está definida no Aurélio: "Ficção que representa uma coisa para dar idéia de outra". Alguns autores dividem-na em apólogos e parábolas. Os apólogos encerram, sempre, uma lição de Moral, como nas fábulas de La Fontaine, enquanto que as parábolas trazem uma doutrina religiosa. Jesus Cristo, em suas pregações, falava, quase sempre, através de parábolas.
O Símbolo sempre representará uma idéia, não sendo o desenho em si. O sentido que ele encerra é muito mais profundo, traduzindo a idéia que lhe deu origem. Desta forma, torna-se difícil interpretar um Símbolo, pois ele pode ser analisado sob diversos aspectos.
Apenas um exemplo, para deixar melhor esclarecida a idéia de um Símbolo.
O Esquadro e Compasso sobre o Livro da Lei não é mais um emblema e sim um Símbolo, pois aqui já representam uma idéia.
Depois temos a exigência para que nos tornemos Maçons, qual seja a de ser LIVRE e de BONS COSTUMES. Lógico que a ESCRAVIDÃO FÍSICA é uma coisa inadmissível nos dias de hoje, mas que ainda acontece. Mas talvez a pior ESCRAVIDÃO seja aquela fruto da própria paixão e de seus preconceitos, a qual nos torna cegos da RAZÃO e da qual devemos lutar para nos Libertar e podermos nos tornar verdadeiros Maçons. Aquele que abdica da própria LIBERDADE, também deve ser excluído de nossos Mistérios, pois não sendo senhor de sua própria individualidade, não pode contrair nenhum compromisso sério.
Analisemos agora o que significa SER LIVRE E DE BONS COSTUMES.
SER LIVRE...
Significa ser independente, ganhar o suficiente para sua própria subsistência e de seus dependentes, atender aos seus compromissos sem prejuízo de quem quer que seja, ter consciência de seus deveres familiares, sociais, morais e religiosos, e executá-los com seriedade.
Não ter compromissos com organizações que proíbam o acesso a correntes espiritualistas. Ser livre é possuir autonomia, é ter direito de reger-se. Dever-se, também, ser subjetivamente livre: de preconceitos, superstições, maledicências e qualquer escravidão.
Ser livre é não ficar preso a um padrão estabelecido. Existem, no entanto, duas escalas de liberdade: a física e a psicológica, sendo que o cerceamento da liberdade física não impede que o indivíduo não experimente a liberdade espiritual.
Muitas vezes, o conceito de liberdade é confundido pelo homem. Acreditando-se livre, é prisioneiro de si mesmo, da sua ignorância preconceitos e arrogância.
Liberdade é um estado de espírito; é poder ir em busca do desconhecido sem sentir-se preso a experiências passadas.
Livre é alguém que não sendo irresponsável ou escandaloso, agredindo a sociedade por sua vida condenável, não seja por outro lado, joguete passivo das circunstâncias e das pessoas que o rodeiam.
É alguém que sabe o que quer, não tem medo, que possui liberdade de pensamento e condições psicológicas para absorver determinados ensinamentos, através do estudo e da reflexão, sem pré-julgamentos. Alguém com coragem para criar, tendo sempre como objetivo o evoluir.
SER DE BONS COSTUMES...
Ser de bons costumes é ter adquirido bons hábitos e salutares princípios que permitam conduzir-se a si mesmo em qualquer condição e lugar.
Ser de bons costumes é ser honrado, empenhando todos os seus esforços por se tornar melhor a cada dia que passa. Auxiliar, na medida do possível, àqueles que imploram por sua benevolência.
Abrandar o coração para com os seus antagonistas. Deixar, por donde quer que passe, um rastro de luz benéfica que deve caracterizar todo Verdadeiro Maçom. Ser honrado, justo, de bom entendimento e rigorosa moralidade.
Ser de bons costumes é ter hábitos sadios; ser capaz de superar obstáculos naturais - discussões interpessoais, ambientes confusos, dificuldades financeira, etc., através da coerência, do bom senso, da organização e do equilíbrio.
Bons costumes aplica-se, principalmente, a ética do candidato. Mas a Ordem Maçônica espera tanto dos candidatos, como de seus integrantes, um espírito de verdadeira Fraternidade, Cooperação e Altruísmo.
Portanto BONS COSTUMES, em Maçonaria, não deve ser encarado como se referindo apenas aos valores sociais consagrados. Deve, isto sim, ser entendido como um reto modo de vida, já que não há uma conotação meramente moralista nesse termo.
E como fomos recebidos Maçons? Nem nu, nem vestidos, mas despojados de todos os metais e de olhos vendados, significando o homem em seu estado natural, quando desconhecia as vaidades e o orgulho e submergido na ignorância do homem primitivo, significando a necessidade de abdicar das vaidades profanas, assim como de uma imprescindível instrução, que é o alicerce de toda Moral Humana.
E dessa maneira fomos levados a realizar Três viagens. Primeiro por um caminho tortuoso em meio a ruídos e trovões assustadores. Depois por uma estrada mais fácil, ouvindo o barulho de armas; finalmente a terceira viagem por um caminho mais suave e envolto em silêncio.
Que significado podemos tirar das mesmas?
A primeira em meio a ruídos e trovões significam o caos que antecedeu a formação do Universo; moralmente, significam os primórdios da sociedade, tempo no qual as paixões não eram dominadas pelos homens e que acabavam por conduzi-los a excessos.
A Segunda com seus ruídos de armas representando a idade da ambição, na qual o homem é levado a lutar afim de conseguir um estado de equilíbrio, que o leve ter uma posição equilibrada e digna entre seus semelhantes.
Em cada viagem batemos a uma porta, na primeira me mandaram passar; na Segunda, fizeram me purificar pela água e, na terceira, fui purificado pelo fogo. O significado de batermos as três portas, corresponde as três disposições necessárias à procura da Verdade: Sinceridade, Coragem e Perseverança sem o que não é possível se tornar um verdadeiro Maçom.
Em seguida recebi a LUZ. Raios cintilantes feriram-me a vista. Vi então, que eram espadas, empunhadas por meus IIr\e apontadas para mim. Não devemos confundir esta LUZ com a luz que nos agride a retina, mas a LUZ verdadeira que alumia a todos os homens que vem a este mundo. A LUZ magnânima que a tudo compreende e que nos preenche com infinita sabedoria, e que ofusca a visão daquele que ainda não se encontra preparado por sólida instrução para recebe-la.
A minha ligação na ordem deu-se por um compromisso por mim firmado e uma consagração, tendo eu prometido guardar fielmente os segredos da ordem a mim confiados sob pena de ter a garganta cortada, caso os revelasse, assim como AMAR, PROTEGER E AMPARAR meus IIr\, sempre que tivessem justa necessidade.
Neste momento só me resta agradecer humildemente ao G\A \D\U\ e renovar sempre que preciso for, a obrigação por mim assumida perante esta AUGUSTA ASSEMBLÉIA.