É essencialmente filosófica e em homenagem a todos os filósofos, destaca a figura de quatro filósofos antigos: Sólon, Sócrates, Licurgo e Pitágoras.
Por fim, encerra o pensamento com momentos de meditação em torno da sigla INRI.
SÓLON
Um dos primeiros legislador de Atenas considerado um dos sete sábios da Grécia.
Nasceu em Salamina em 640 e morreu em 558 a.C. Elevou o espírito nacional dos atenienses; diminuiu os impostos dos cidadãos pobres e restabeleceu a harmonia da cidade, dando-lhe uma constituição mais democrática. Dividiu os cidadãos em classes, fundadas não no nascimento, mas na fortuna e concedeu a todos uma parte no governo da cidade.
Poeta emérito, cuja obra perdeu-se, conservando-se apenas fragmentos de sua poesia, duma grande beleza. O seu nome passou a ser sinônimo de sábio e legislador.
SÓCRATES
Nasceu Sócrates em 470 a.C., em Atenas, filho de Sofrônico, um escultor, e de Fenáreta.
Ingressou na política, tornando-se funcionário público e magistrado, mantendo-se porém rígido em seu modo de pensar;
O seu modo rígido de vida criou-lhe inimizades e descontentamento geral, hostilidade popular. Foi condenado à pena capital; deram-lhe de beber cicuta, uma infusão de ervas venenosas. A característica de sua filosofia é a introspecção e exprime-se no célebre lema:”conhece-te a ti mesmo”, isto é , “torna-te consciente de tua ignorância”.,como sendo o ápice da sabedoria, que é o desejo da ciência mediante a virtude. Toda filosofia de Sócrates volta-se para o mundo humano, espiritual, com finalidades práticas e morais.
Virtude é inteligência, razão, ciência, não sentimento, rotina, costume, tradição, lei positiva, opinião comum.
Nas lições maçônicas, os conceitos socráticos são repetidos ainda hoje, pois o itinerário traçado por Sócrates, é diuturnamente percorrido pelos maçons que não esgotaram a ciência da moral.
A filosofia socrática constitui uma das pedras angulares do grande Edifício da filosofia maçônica.
LICURGO
Filho de Eunomo, rei de Esparta, nasceu no ano de 898 a.C. e foi legislador da Lacedemônia. Morto seu irmão Polidecto, no ano 868 a.C. foi proclamado rei por faltar descendência a Polidecto, eis que se ignorava se a rainha viúva estaria ou não grávida.
A primeira proclamação de Licurgo foi que se a rainha desse luz a um sucessor da coroa de seu irmão, ele seria o primeiro a reconhecê-lo, jurando que então reinaria apenas como tutor do futuro príncipe. A rainha, contudo, propôs a Licurgo que se casaria com ele e evitaria o nascimento do filho, proposta que Licurgo repeliu e, quando nasceu o herdeiro, o tomou nos braços e apresentou ao povo e aos magistrados dizendo: “Este é o rei que nos nasceu.”
Licurgo não só foi o excelso legislador, como também filósofo profundo e ilustrado reformador, pois sua legislação era um sistema perfeito de moral e política.
Este sábio legislador foi o primeiro que conheceu a força e a fraqueza do homem e soube conciliar a lei com os deveres e necessidades do cidadão.
Licurgo é evocado nesta quarta viagem, justamente, como grande legislador, numa demonstração que a Maçonaria encontra um dos seus motivos de existir, no aperfeiçoamento das leis, sejam as de sua própria Instituição, sejam de todos os países onde exerce a sua benéfica influência.
Licurgo preconizou e pôs em prática a sua moral filosófica de que os interesses dos cidadãos se encontram, sempre confundidos com o interesse do Estado, pois este não é apenas uma administração, mas sim, a chefia da grande família.
O Companheiro, desde cedo, deve preocupar-se com o aperfeiçoamento das leis e fazê-las respeitada.
Licurgo conseguiu o respeito à sua legislação através de juramentos solenes; os iniciados dentro da Maçonaria juram solenemente respeitar as leis do país onde vivem.
PITÁGORAS
Pitágoras, fundador da Escola Pitagórica, nasceu em Samos pelos anos 571 a.C.
Pitágoras aspirava fazer com que a educação ética da escola se ampliasse e se tornasse reforma política.
Os ensinamentos de Pitágoras abrangiam a filosofia das escolas por onde passara: a elevação, o espírito místico e simbólico dos orientais, o caráter, ao mesmo tempo belo e positivo que distinguia os gregos. Apesar da escassez dos meios de observação, os pitagóricos fizeram notáveis descobrimentos no terreno da Astronomia; para exemplificar, bastaria citar a descoberta que Pitágoras fez a respeito do duplo movimento da Terra, doutrina a que deu publicidade e entregou ao seu discípulo Filolau.
Os discípulos de Pitágoras não se dedicavam somente à Astronomia e Matemática; aplicavam-se ao estudo da organização social e política. Deve-se a Pitágoras a origem do vocábulo “Filosofia”.
Os gregos chamavam à sabedoria de “Sofia” e aos seu sábios de “sofos”. Pitágoras achou muito elevado denominar-se de “Sofos”, e preferiu ser chamado de “amante da sabedoria”;
Pitágoras foi o Mestre-Maçom por excelência, a base filosófica do Rito Escocês Antigo e aceito, o fundamento inalterável de todo conhecimento atual, por maior que tenha sido, neste campo, a evolução.
Na matemática e Geometria, ciências e artes existentes em todos os símbolos maçônicos, a presença de Pitágoras é a Constante daqueles que se dedicam à meditação e que colocam a razão na posição elevada, dentro do complexo que se chama mente do homem.
I.N.R.I.
São as iniciais misteriosas que encerram o “segredo” da palavra sagrada dos Cavaleiros Rosa Cruzes, palavra que não se pronuncia; serve para inquirir, através de um questionário, o verdadeiro Rosa Cruz que, assim, sabe encontrar por duas vezes a palavra sagrada que solicita. Estas quatro letras, em língua hebraica, são as iniciais do nome dos quatro elementos primitivos conhecidos na antiga física. Há confusões em torno da inscrição I.N.R.I., atribuída exclusivamente à frase resumida colocada no cimo da Cruz onde Jesus foi sacrificado.
Estas quatro letras eram conhecidas pelos antigos filósofos que tinham arrancado da Natureza os seus segredos, dizendo que a Natureza se renova em seu próprio seio.
Esta doutrina de renovação tem sido, sempre, a doutrina maçônica. Os antigos Rosa Cruzes formavam os seguintes aforismos:
Igne natura regenerando integrat
Igne natura renovatur integra
Igne nitrum rorsis invenitur.
Outros as interpretam considerando-se com iniciais da palavra hebraica dos quatro elementos da antiga física:
Iammin (água) - Nour (fogo) – Roauhh (ar) – Iabeschech (terra).
Os modernos Rosa Cruzes as dão como iniciais das palavras: Índia, Natureza, Regeneração, Ignorância. E também: “”indefeso nuso repellamus ignorantiam”.
A definição mais vulgarizada a respeito das iniciais I.N.R.I. é a de que são as iniciais da sentença escrita em latim, colocada sobre a Cruz onde morreu Jesus:”Jesus Nazarenus Rex Judeorum”. A seita ou escola do “Rosicrucianos” fazia uso das iniciais para expressar um dos segredos da alquimia:”O fogo renova completamente a Natureza”. Também adotaram as iniciais para expressar seus três elementos principais, que eram o sal, o enxofre e o mercúrio.
1a. VIAGEM
2a. VIAGEM
3a. VIAGEM
4a. VIAGEM
5a. VIAGEM
BIBLIOGRAFIA:
CAMINO, Rizzardo – Simbolismo do Segundo Grau
BOTELHO, Heitor – O companheiro Maçom – O Vigilante e seu Pupilo.
FONSECA, Gilson – Trabalho de Exaltação.
AFONSO, B. Germano – Arqueoastronomia Brasileira.
Ir.´. Jerônimo F. de Lucena