SÍNDROME DA PUREZA
Na origem da Maçonaria, nos primórdios do tempo quando o setor sagrado do homem percebeu a irreprimível e insolúvel luta pelo predomínio entre o bem e o mau, a Lei da dualidade em ação buscou o equilíbrio.
Inúmeras foram as sendas perscrutadas no afã de manter a hegemonia dessa energia eficiente invocada do pendor inerente à sabedoria transcendente permeável ao Todo, onde nós estamos integrados.
O verdadeiro maçom deve estar sintonizado com essas sublimes condições, já que a implícita filosofia tem uma abrangência amplamente consciente com a formalidade imanente à Natureza, isto é, a fonte de insofismável harmonia.
O Ser Supremo GADU, Deus, o Onipresente mantendo a justa lógica deixou fluir sem opressão o fator que denominamos livre-arbítrio. Essa é uma corrente sinuosa e de variegadas alternativas. O arco-íris forma uma linda imagem com suas sete cores, decorrendo dessas a origem de inúmeras outras. Assim é a nossa mente formadora do ideal e elementar razão. Donde a conclusão depende da experiência vivida por cada indivíduo, o discernimento conhecido por cultura individual ou coletiva.
Na nossa Ordem, os obreiros neófitos e os demais, diga-se de passagem, em princípio esperam serem instruídos quanto ao aperfeiçoamento e a pureza de procedimento. Contudo o conhecimento profundo relacionado à Oficina maçônica está praticamente perdida no que se refere à educação filosófica do Obreiro. Nós, mais antigos na senda, não recebemos também o translúcido influxo imperativo para concretização do ambiente sublime. Prevalecendo há muito o vulgar, satisfazendo-nos com o orgulhoso convencimento e alcunha de maçom.
Intercedamos por uma nova gênese, partindo da obscura e rudimentar posição atual para a paulatina aflorescência rumo a verdadeira sabedoria encontrada nos sagrados meandros do Eu interior de cada um de nós. Trilhando essa senda transcendente encontraremos certamente a iluminação da mente radiante pessoal no apogeu da realidade a Palavra. Herdada pelo ser humano através do desejo do brado do Pai Supremo. Expresso em Palavras – Faça-se o Universo! – momento denominado pela ciência de “Big-Bang” – grande explosão.
Palavra! Por sinal, meditando profundamente nesse surpreendente atributo, convencemos pela necessidade de assumirmos e de valorizar a Palavra que pronunciamos. Observa-se o displicente e atual desmazelo ao articular as nossas pronûncias e ao ouvi-las.
Defendendo uma nova Gênese, o insipiente despertar de nossa sagrada instituição focalizamos o lampejo concomitante ao estampido insurgido do flexionar do “Verbo” que é Deus, antes insofismável e agora dinamizando ondas eletromagnéticas criando com suas vibrações infinitas formas de vida, isto é, o Todo, o Universo.
Semelhante ao Ser Supremo o homem herdou o bem mais precioso que é a palavra, esta formulada pelo desejo soa poderosa e construtiva transcrevendo a idéia transposta pelo pensamento.Em suma, pronunciemos com muito cuidado e corretamente, atentando para que todos as ouçam, já porque nossas informações são indubitavelmente úteis e merecem serem ouvidas.
É essa a primordial instrução que o maçom deve com prioridade aprender, pois é o básico em nossa oficina, já que é a retórica que enfeita e estimula o dinâmico trabalho para nos tirar da estagnação atuante, tornando-nos polidos e puros.
Ir W P Meireles - Oriente de Ilhéus