Rito Adonhiramita


Maçonaria Adonhiramita



Maçonaria Adonhiramita é acima de tudo AMOR! E o Rito Adonhiramita obriga a esse exercício, estabelecendo como norma de tratamento: Amado Irmão. 

Todos sabem que a repetição é a melhor forma de ensinamento, e esse método de tratar do Rito Adonhiramita acaba fazendo os IIr.'. vibrarem o magnetismo do AMOR, proporcionando a harmonia que deve existir entre os seres humanos. E é tanto verdade o fato da repetição que hoje uma grande parcela de iir.'., acham erradamente que o G.'.O.'.B.'. foi fundado no Rito Moderno, até pela repetição errada de alguns autores.

Mas se esses AAmad.'. IIr.'. se derem ao trabalho de ler na Ata de re-fundação da Loja Comércio e Artes, publicada no Boletim do G.'.O.'.B.'., de Janeiro/Fevereiro de 1902, lerão com todas as letras que a Loj.'. Primaz do G.'.O.'.B.'., que foi fundada no Rito Adonhiramita sob os Auspícios do G.'. O.'. de Portugal e Algrave. E se posteriormente lerem as Atas do G.'.O.'.B.'., quando as três Lojas Comércio e Artes, União e Tranqüilidade e Esperança de Niterói se reuniram na chamada "Grande Loja", irão constatar e ratificar que o Grande Oriente Brasílico, como foi inicialmente denominado, foi fundado no Rito Adonhiramita, decidindo depois passar para o Rito Moderno, como se lê na 5ª Ata de 12 de julho de 1822, mas continuou trabalhando no Rito Adonhiramita até o seu fechamento por D. Pedro I, o seu 2º Grande Mestre, em 25/10/1822 pela falta de Reguladores (Rituais). Somente na reabertura em 23 de Novembro de 1831, voltando a ter José Bonifácio como Grão Mestre (ele foi eleito 1º Grão Mestre) se começa a trabalhar no Rito moderno. Pra efeitos de pesquisa destinado a estudiosos, em 1923, o Boletim do G.'.O.'.B.'. publicou uma cópia das dezenove Atas do 1º período de 17/07/1822 à 11/10/1822.

Assim sendo a verdade é que o Rito Adonhiramita foi que deu início ao Grande Oriente Brasílico, em 24 de Janeiro de 1822, como aliás, foi reconhecido pela justiça profana na interdição do Palácio Maçônico do Lavradio, no Rio de Janeiro, quando por questões eleitorais, a justiça profana interditou o Palácio, dando depois ao EXCELSO CONSELHO DA MAÇONARIA ADONHIRAMITA, o deferimento de "Fiel Depositário", por ser o RITO PATER do G.'.O.'.B.'., conforme despacho do Dr. Juiz de Direito da 1ª Vara Cível da Cidade do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, Nilton Mondego de Carvalho LIma, em 06/06/1978, no processo nº 96/100.

E este Rito que tem sua sede mundial no Brasil, Rio de Janeiro, continue LEVANTANDO TEMPLOS ÀS VIRTUDES DOS AMADOS IRMÃOS, PARA CAVAR MASMORRAS AOS SEUS ERROS E TORNAR A NOSSA HUMANIDADE MELHOR, QUE É O DESEJO DE TODAS AS MAÇONARIAS.



ORIGEM DO RITO ADONHIRAMITA I


Barão de Tschoudy, descendente de família suíça, membro do Parlamento de Metz, cidade natal, onde residiu de 1756 a 1765. Metz, era um dos principais centros de estudos e difusão do pensamento maçônico. Tschoudy, maçom entusiasta e possivelmente o ritualista mais conceituado de seu tempo, cultivou admiração tanto no meio maçônico quanto no profano. Foi considerado um verdadeiro cavalheiro, de caráter expansivo, franco, leal e respeitado pela erudição e pelo talento que se refletiam em suas obras.

Foi um dos mais combativos contra a proliferação sem critérios, dos altos graus no então Rito Heredon, tronco do qual surgiram todos os sistemas escoceses atualmente conhecidos, dentre eles os Ritos: Adonhiramita, Escocês Antigo e Aceito e, Moderno ou Francês.

Descontente com as inovações indevidamente introduzidas, passou a redigir novos rituais. em 1766 publicou "L´ETOILE FLAMBOYANTE, OU LA SOCIÉTÉ DES FRANC-MAÇONS" (A ESTRELA FLAMÍGERA, OU A SOCIEDADE DOS FRANCO-MAÇONS).  Nesta obra, Tschoudy praticamente propõe a criação de uma nova Ordem de altos graus, a "Ordem da Estrela Flamígera", composta de três graus, "Cavaleiro de Santo André", "Cavaleiro da Palestina" e "Filósofo Desconhecido". A partir de então, passou a ter uma atividade frenética, quando iniciou a compilação dos antigos rituais que foram reunidos na famosa "RECUEIL PRÉCIEUS DE LA MAÇONNERIE ADONHIRAMITE". 

Tschoudy, embora de origem católica, eliminou o caráter jacobino dos graus escoceses por ele compilados. Este caráter era fonte de severas críticas e acusações de aliança dos Maçons Escoceses com os Stuart, em disputa com os Hanover pela Coroa Britânica.

Mesmo após desentender-se com o Conselho dos Cavaleiros do Oriente, Tschoudy, ao falecer, deixou uma obra literária maçônica com a recomendação expressa de jamais publicá-la fora do círculo maçônico. Esta obra era composta, além do Ritual do grau de Cavaleiro de Santo André, a Compilação Preciosa da Maçonaria Adonhiramita e outros importantes manuscritos. Apesar da proibição o Conselho publicou parte destes escritos. 

A Compilação Preciosa, foi editada na França em 1787, dois volumes. A primeira relativa aos graus de Aprendiz, Companheiro, Mestre e Mestre Perfeito. A segunda, trata dos graus de perfeição: Primeiro Eleito ou Eleito dos Nove; Segundo Eleito Nomeado Eleito de Pérignan; Terceiro Eleito Nomeado Eleito dos Quinze; Pequeno Arquiteto; Grande Arquiteto ou Companheiro Escocês; Mestre Escocês; Cavaleiro da Espada nomeado Cavaleiro do Oriente ou da Águia; Cavaleiro Rosa+Cruz e o Noaquita ou Cavaleiro Prussiano.

Em 1873 foi realizado o ordenamento da Maçonaria Adonhiramita após a criação do MUI PODEROSO E SUBLIME GRANDE CAPÍTULO DOS CAVALEIROS NOAQUITAS PARA O BRASIL e, embora não havendo registros históricos, foi a partir desta época que a denominação tradicional de "Antigo Rito dos Treze Graus".

Na Europa, o Rito Adonhiramita foi praticado na França e em Portugal e grandemente difundido nas colônias francesas, caracterizando-se como o preferido da armada napoleônica. Contudo, foi paulatinamente abandonado, tanto em território europeu quando nas colônias a partir da grande difusão que o Rito Francês atingiu no início do século XIX, ficando a sua prática restrita ao Brasil, onde se encontra a sua Oficina Chefe, Estabelecida pela Constituição durante a Fundação do Grande Oriente de Brasil de 1839, com a criação do colégio dos Ritos.

Em 1851 foi criado o colégio dos Ritos Azuis e, em 1873 o GRANDE CAPÍTULO DOS CAVALEIROS NOAQUITAS PARA O BRASIL, através do Decreto nº 21, de  24 se abril de 1873.

Após a separação da Maçonaria Brasileira, onde os graus simbólicos ficaram sob a jurisdição do Grande Oriente do Brasil e os Altos Graus jurisdicionados às respectivas Oficinas Chefes dos Ritos, a 02 de junho de 1973, o MUI PODEROSO E SUBLIME GRANDE CAPÍTULO DOS CAVALEIROS NOAQUITAS PARA O BRASIL, decidiu pela transformação do Rito para 33 graus, instituindo os Graus Kadosch.

A partir desta data, o governo das Oficinas Litúrgicas do Rito Adonhiramita, antes exercido pelo MUI PODEROSO E SUBLIME GRANDE CAPÍTULO, ficou afeto ao EXCELSO CONSELHO DA MAÇONARIA ADONHIRAMITA. O novo ordenamento, preservando todas "as generalidades ritualísticas compiladas pelo Barão Tschoudy" foi adotado com a aprovação do Projeto apresentado pela Comissão instituída pelo MUI PODEROSO E SUBLIME GRANDE CAPÍTULO DOS CAVALEIROS NOAQUITAS PARA O BRASIL, com o objetivo de aprofundar os estudos. Assim sendo, todos os graus do antigo ordenamento foram preservados em toda a sua essência, mantendo intactas até os dias atuais, tradições ritualísticas e práticas iniciáticas muito antigas, algumas das quais, datam do surgimento da própria maçonaria operativa, outras foram adotadas no início do Século XVIII, à época do surgimento da Maçonaria especulativa






A ORIGEM DO RITO ADONHIRAMITA II

VERBA VOLANT, SCRIPTA MANENT 

A Origem do Rito, muito se tem falado, escrito e divulgado sobre a origem do Rito. Há algumas versões, que chegam a ser até cômica. A grande maioria das versões são especulações e o que é pior, sem provas documentais. Infelizmente, essas especulações só vem denegrir o belo Rito. A questão de provas documentais é muito importante exatamente porque a História não admite o eu acho, ou ouvi dizer ou me disseram. Vários estudiosos, pesquisadores maçons, de renomeada credibilidade, já demonstraram a verdadeira história da Origem do Rito. Assim, partindo da premissa, que "um sábio não precisa de muitas explicações para entender", acrescentaremos dados documentados, prova  definitiva e cabal, que o criador do Rito Adonhiramita, foi Louis Guillerman de Saint - Victor 
  

Alec MELLOR -autor do   "Dictionnarie des Franc-Maçons et de la Franc-Maçonnerie"  
  

" As Escrituras falam de Adonhiram somente como encarregado das coréias quando da construção do Templo pelo Rei Salomão, entretanto, em 1744, Louis Travenol publicou sob o nome de Léonard Gabanon o seu "Catéchisme de Francs Maçons ou le Secret des Francs Maçons", onde confundia Adonhiram com Hiram Abif. Como "Adon ", em hebraico significa "Senhor", essa palavra apareceu como prefixo de honra. Os ritualistas dividiram-se . Para uns, Adonhiram e Hiram eram a mesmo personagem Outros sustentavam a teoria dualista, mas divergiam quanto aos papéis respectivos de Adonhiram e Hiram na construção do Templo, uns sustentando que Adonhiram não fora senão um subalterno enquanto outros nele viam o verdadeiro herói da lenda do 3º Grau. Foi assim que nasceu uma Franco – Maçonaria denominada Adonhiramita, oposta, pelos seus teóricos, à dos "hiramitas". Ela nos é conhecida pelo "Recueil Précieux de la Maçonnerie Adonhiramite", publicada em 1781, por Louis Guillemain de Saint – Victor, e abrange os quatro primeiros graus. 

Em seu livro " Orthodoxie Maçonnique ", Jean Marie Ragon, atribuiu ao Barão de Tschoudy a criação da Franco – Maçonaria Adonhiramita. É um erro total.

Albert G. MACKEY - autor da " Encyclopaedia of Freemasonry " 

A criação do Rito Adonhiramita, foi atribuída erroneamente por Ragon ao Barão de Tschoudy, criador da Ordem da Estrela Flamejante. A coletânea relativa aos Altos Graus do Rito, foi completada em 1785, cuja hierarquia se apresenta com se segue: 1º Aprendiz; 2º Companheiro; 3º Mestre; 4º Mestre Perfeito; 5º Primeiro Eleito ou Eleito dos Nove; 6º Segundo Eleito ou Eleito de Perignan; 7º Terceiro Eleito ou Eleito dos Quinze; 8º Pequeno Arquiteto ou Aprendiz Escocês; 9º Grande Arquiteto ou Companheiro Escocês; 10º Mestre Escocês; 11º Cavaleiro da Espada, Cavaleiro do Oriente ou da Águia; 12º Cavaleiro Rosa Cruz . 

" Esta é a lista completa dos Graus Adonhiramita. Thory e Ragon erraram ambos ao darem-lhe um 13º, a saber: o Noaquita ou o Cavaleiro Prussiano. Praticaram esse erro, porque Saint – Victor inserira este Grau no fim do seu segundo volume, mas somente como uma curiosidade maçônica, que tinha sido traduzida do alemão, com ele disse, pelo Senhor de Berage" ( Ragon errou duas vezes – grifo meu ) "Não existe qualquer ligação com a precedente série de Graus", e Saint – Victor declarou positivamente que o Rosa – Cruz é o nec plus ultra ( 2ª parte pag. 118 ), o ápice e término do seu Rito. 

Esse erro de Ragon, levou os precursores e de alguns  pseudos estudiosos da atualidade, a defenderem, como criador o ilustre escritor Maçom Théodore Henry – Barão de Tschoudy. Entretanto, não há uma única literatura de sua autoria, com citação a Maçonaria Adonhiramita. A sua obra capital é " L’ Étoile Flamboyante ", de 1766. Tschoudy nasceu em 1720 e faleceu em 1769. A coleção "Recueil Précieux de la Maçonnerie Adonhiramite" foi publicado em 1781, isto é, 12 anos após a morte de Tschoudy, e até os dias atuais, ninguém conseguiu provar, com documentos, que ele tenha deixado manuscritos para edições futuras. Todavia, se os conceitos emitidos por pesquisadores estrangeiros, também forem contestados, vamos concentrar em uma analise do próprio "Recueil Précieus de la Maçonnerie Adonhiramite". Na edição, publicada em 1787, traduzida e editada para o português, pela " ARJS Gilvan Barbosa" de Campina Grande–PB, que abrange os quatro primeiros graus, há algumas citações que, não foram - ou não quiseram - observadas pelos pesquisadores  interessados em manter o "status quo", sem a devida humildade de reconhecer o erro. 

"Recueil Précieux de la Maçonnerie Adonhiramite" Ed. 1787 

Na apresentação do Editor Francês da edição 

"Para Guillemain Saint – Victor, Adonhiram não parece ser esse preceptor, mas um parônimo de Hiram, o Mestre Maçom. (pag 86)". 
" O autor faz seus comentários, apresenta as indicações do comportamento em Loja, os catecismos e os rituais dos quatros primeiros graus, como parecem ter sido praticados em 1781, tentando relatas apenas verdades, pelo menos, de valor histórico ". 

  
Na Advertência do Autor: (Edição de 1787) 

Quando mandei imprimir minha Compilação Preciosa da Maçonaria Adonhiramita, em 1781, anunciei a história da Ordem. Seis anos de reflexão provaram-me que apresentar a origem desta maçonaria seria infinitamente mais interessante. 

"No Catecismo dos Aprendizes. (do Autor da Edição de 1787) 

" Esperando que a História da maçonaria, que vou publicar brevemente, persuada muitos Irmãos, poucos instruídos de que esta pergunta dever ser a primeira de seu catecismo....". 

A primeira edição do " Recueil Precieux.....", foi publicado em 1781, e a edição traduzida pela Loja Gilvan Barbosa" é a de 1787. Analisando esses dados da Edição de 1787, e que o Barão de Tschoudy faleceu em 1769, sem muito esforço mental, podemos concluir: 

1º - Quem faz a citação de que "Guillemain de Saint – Victor" é o autor,  do "Recueil" foi o editor Francês. 

2º - Que a edição de 1787 é uma complementação da edição de 1781, fica claro com a citação do Editor. 

"O autor faz seus comentários, ... como parecem ter sido praticados em 1781 . 

3º - O  tópico "Advertência do Autor", determinou peremptoriamente que "Saint – Victor", mandou imprimir em 1781 a primeira edição, e seis anos depois  de "reflexões" ele mandou imprimir outra edição em 1787.
  

Se o Barrão de Tschoudy, faleceu em 1769, como em 1787 ele poderia ter feito reflexões e mandar editar outra edição ? 

4º - No tópico do " Catecismo dos Aprendizes" o autor diz que ira publicar a Historia da Maçonaria, o que fez em também em 1787 com o titulo " Origine de la Maçonnerie Adonhiramite". 

5º - Contudo,  se os arrazoados não foram substanciais para os incrédulos vamos a derradeira prova documental no próprio "Recuiel..." onde de modo inusitadamente explícito, o autor no tópico "Violências Exercidas contra os Maçons - Advertência", publica três cartas, com as seguintes datas, 13 de abril de 1779, 7 de fevereiro de 1778 e 16º do 5º do ano da grande luz  5779. 


Novamente pergunto, como se o Barão de Tschoudy, faleceu em 1769, poderia publicar no "Recuiel..." cartas de 1778 e 1779 ?. 
Como diz o escritor maçom, Irmão José Castellani: "História é pesquisa, é documento e não especulação " (Revista Trolha). 
 "SINE IRA ET STUDIO 

A ORIGEM DO RITO ADONHIRAMITA 


VERBA VOLANT, SCRIPTA MANENT 

O Amado Irmão José A. Nunes, abordou com muita coragem, um tema extremamente polemico e para alguns, até tabu. Entretanto, se faz necessário a derradeira elucidação da Origem do Rito. Muito se tem falado, escrito e divulgado sobre a origem do Rito. Há algumas versões, que chegam a ser até cômica. A grande maioria das versões são especulações e o que é pior, sem provas documentais. Infelizmente, essas especulações só vem denegrir o nosso belo Rito. A questão de provas documentais é muito importante exatamente porque a História não admite o eu acho, ou ouvi dizer ou me disseram. ( Raimundo Rodrigues – "A Filosofia da Maçonaria Simbólica" ) Vários estudiosos?pesquisadores maçons Brasileiros, de renomeada credibilidade, tais como: José Castellani, Nicola Aslan, Xico Trolha, J.Daniel e outros, já demonstraram a verdadeira história da Origem do Rito. Contudo são brasileiros,. . . e brasileiros , não são muito prestigiados por alguns em nosso País. Dessa forma, partindo da premissa, que "um sábio não precisa de muitas explicações para entender", acrescentarei dados documentados, de conceituados estudiosos e pesquisadores alienígenas, de assuntos da Maçonaria Universal, ao texto do Irmão Nunes, prova  definitiva e cabal, que o criador do Rito Adonhiramita, foi Louis Guillerman de Saint - Victor 
  

Alec MELLOR -autor do   "Dictionnarie des Franc-Maçons et de la Franc-Maçonnerie"  
  
" As Escrituras falam de Adonhiram somente como encarregado das coréias quando da construção do Templo pelo Rei Salomão, entretanto, em 1744, Louis Travenol publicou sob o nome de Léonard Gabanon o seu "Catéchisme de Francs Maçons ou le Secret des Francs Maçons", onde confundia Adonhiram com Hiram Abif. Como "Adon ", em hebraico significa "Senhor", essa palavra apareceu como prefixo de honra. Os ritualistas dividiram-se . Para uns, Adonhiram e Hiram eram a mesmo personagem Outros sustentavam a teoria dualista, mas divergiam quanto aos papéis respectivos de Adonhiram e Hiram na construção do Templo, uns sustentando que Adonhiram não fora senão um subalterno enquanto outros nele viam o verdadeiro herói da lenda do 3º Grau. Foi assim que nasceu uma Franco – Maçonaria denominada Adonhiramita, oposta, pelos seus teóricos, à dos "hiramitas". Ela nos é conhecida pelo "Recueil Précieux de la Maçonnerie Adonhiramite", publicada em 1781, por Louis Guillemain de Saint – Victor, e abrange os quatro primeiros graus. 
Em seu livro " Orthodoxie Maçonnique ", Jean Marie Ragon, atribuiu ao Barão de Tschoudy a criação da Franco – Maçonaria Adonhiramita. É um erro total.


Albert G. MACKEY - autor da " Encyclopaedia of Freemasonry " 

A criação do Rito Adonhiramita, foi atribuída erroneamente por Ragon ao Barão de Tschoudy, criador da Ordem da Estrela Flamejante. A coletânea relativa aos Altos Graus do Rito, foi completada em 1785, cuja hierarquia se apresenta com se segue: 1º Aprendiz; 2º Companheiro; 3º Mestre; 4º Mestre Perfeito; 5º Primeiro Eleito ou Eleito dos Nove; 6º Segundo Eleito ou Eleito de Perignan; 7º Terceiro Eleito ou Eleito dos Quinze; 8º Pequeno Arquiteto ou Aprendiz Escocês; 9º Grande Arquiteto ou Companheiro Escocês; 10º Mestre Escocês; 11º Cavaleiro da Espada, Cavaleiro do Oriente ou da Águia; 12º Cavaleiro Rosa Cruz . 

" Esta é a lista completa dos Graus Adonhiramita. Thory e Ragon erraram ambos ao darem-lhe um 13º, a saber: o Noaquita ou o Cavaleiro Prussiano. Praticaram esse erro, porque Saint – Victor inserira este Grau no fim do seu segundo volume, mas somente como uma curiosidade maçônica, que tinha sido traduzida do alemão, com ele disse, pelo Senhor de Berage" ( Ragon errou duas vezes – grifo meu ) "Não existe qualquer ligação com a precedente série de Graus", e Saint – Victor declarou positivamente que o Rosa – Cruz é o nec plus ultra ( 2ª parte pag. 118 ), o ápice e término do seu Rito. 

Esse erro de Ragon, levou os precursores e de alguns  pseudos estudiosos da atualidade, a defenderem, como criador o ilustre escritor Maçom Théodore Henry – Barão de Tschoudy. Entretanto, não há uma única literatura de sua autoria, com citação a Maçonaria Adonhiramita. A sua obra capital é " L’ Étoile Flamboyante ", de 1766. Tschoudy nasceu em 1720 e faleceu em 1769. A coleção "Recueil Précieux de la Maçonnerie Adonhiramite" foi publicado em 1781, isto é, 12 anos após a morte de Tschoudy, e até os dias atuais, ninguém conseguiu provar, com decomentos, que ele tenha deixado manuscritos para edições futuras. Todavia, se os conceitos emitidos por pesquisadores estrangeiros, também forem contestados, vamos concentrar em uma analise do próprio "Recueil Précieus de la Maçonnerie Adonhiramite". Na edição, publicada em 1787, traduzida e editada para o português, pela " ARJS Gilvan Barbosa" de Campina Grande –PB-, que abrange os quatro primeiros graus, há algumas citações que, não foram - ou não quiseram -observadas pelos pesquisadores  interessados em manter o "status quo", sem a devida humildade de reconhecer o erro. Pois se até o Papa João Paulo XXIII, humildemente reconheceu vários erros da Igreja no passado, porque não fazemos o mesmo? 

"Recueil Précieux de la Maçonnerie Adonhiramite" Ed. 1787 

Na apresentação do Editor Francês da edição 

"Para Guillemain Saint – Victor, Adonhiram não parece ser esse preceptor, mas um parônimo de Hiram, o Mestre Maçom. (pag 86)". 
" O autor faz seus comentários, apresenta as indicações do comportamento em Loja, os catecismos e os rituais dos quatros primeiros graus, como parecem ter sido praticados em 1781, tentando relatas apenas verdades, pelo menos, de valor histórico ". 
  

Na Advertência do Autor: (Edição de 1787) 

Quando mandei imprimir minha Compilação Preciosa da Maçonaria Adonhiramita, em 1781, anunciei a história da Ordem. Seis anos de reflexão provaram-me que apresentar a origem desta maçonaria seria infinitamente mais interessante. 

"No Catecismo dos Aprendizes. (do Autor da Edição de 1787) 

" Esperando que a História da maçonaria, que vou publicar brevemente, persuada muitos Irmãos, poucos instruídos de que esta pergunta dever ser a primeira de seu catecismo....". 

A primeira edição do " Recueil Precieux.....", foi publicado em 1781, e a edição traduzida pela Loja Gilvan Barbosa" é a de 1787. Analisando esses dados da Edição de 1787, e que o Barão de Tschoudy faleceu em 1769, sem muito esforço mental, podemos concluir: 

1º - Quem faz a citação de que "Guillemain de Saint – Victor" é o autor,  do "Recueil" foi o editor Francês. 

2º - Que a edição de 1787 é uma complementação da edição de 1781, fica claro com a citação do Editor. 

"O autor faz seus comentários, ... como parecem ter sido praticados em 1781 . 

3º - O  tópico "Advertência do Autor", determinou peremptoriamente que "Saint – Victor", mandou imprimir em 1781 a primeira edição, e seis anos depois  de "reflexões" ele mandou imprimir outra edição em 1787.
  

Se o Barrão de Tschoudy, faleceu em 1769, como em 1787 ele poderia ter feito reflexões e mandar editar outra edição ? 

4º - No tópico do " Catecismo dos Aprendizes" o autor diz que ira publicar a Historia da Maçonaria, o que fez em também em 1787 com o titulo " Origine de la Maçonnerie Adonhiramite". 

5º - Contudo,  se os arrazoados não foram substanciais para os incrédulos vamos a derradeira prova documental no próprio "Recuiel..." onde de modo inusitadamente explícito, o autor no tópico "Violências Exercidas contra os Maçons - Advertência", publica três cartas, com as seguintes datas, 13 de abril de 1779, 7 de fevereiro de 1778 e 16º do 5º do ano da grande luz  5779. 

Novamente pergunto, como se o Barão de Tschoudy, faleceu em 1769, poderia publicar no "Recuiel..." cartas de 1778 e 1779 ?. 




A Escada de Jacó no Simbolismo Adonhiranita
Os 13 degraus



1o – A Fé
2º –  A Perseverança
3º – A esperança
4º – A Integridade Moral
5º – A Lealdade
6º – A Justiça
7º – A Tolerância
8º – A Prudência
9º – A Temperança
10º – A Serenidade
11º – A Fortaleza da Alma
12º – A Caridade
13º – A Humildade



Foi o Barão Tschoudy, nobre francês, quem fundou o Rito Adonhiramita homenagem a Adoniram (que significa Consagrado pelo Senhor) e exerceu as funções de intendente do Rei Salomão. Adoniram chefiou os homens mandados ao Líbano a fim de cortar madeira – o famoso cedro – para a construção do Templo.


Rito fundamentalmente   teísta, o Adonhiramita tem em seu ritual grande beleza litúrgica, muito próxima  da religião cristã em um Deus onipotente, onisciente e onipresente  ultrapassa o sentido convencional de Grande Arquiteto do Universo, do Rito Moderno, por exemplo, para dotá-lo de atributos de Ser que criou e domina os mundos, governando e dirigindo conforme sua vontade e decisão em concepção quase religiosa.


No 1o Grau, o de Aprendiz, no decorrer de uma Seção econômica, são vários  os referenciais  católicos : 
a) - a abertura do Livro da Lei, A Bíblia, em S. João, I:6-9  “ Houve um homem  “ENVIADO  POR DEUS“ ; 
b) - declarações de abertura e fechamento da Loja invocando o nome de Deus; 
c) - oração ao final da Sessão;
d) - oração na reanimação da Chama Sagrada e seu Adormecimento. 


        Estes procedimentos  estão impregnados do mais puro e elevado teísmo, ou seja, o Rito Adonhiramita é um Rito Teísta.


E nessa gama de elementos  esotéricos surge, em sua plenitude simbólica, como ponto importante da estrutura do Rito, a Escada de Jacó.


Conta a narrativa bíblica (Gênesis XXVIII 10 A 18), que Jacó partira de Berseba, por ordem de seu pai Isaac, para uma cidade vizinha onde deveria tomar por esposa uma das filhas de seu tio Labão. A certa altura da jornada, como se fizera noite, deitou-se Jacó, colocando uma pedra sob sua cabaça e adormecendo teve um sonho no qual viu “ posta na terra uma escada cujo topo atingia o céu; e os anjos de Deus subiam e desciam por ela “(GÊNESIS XXVIII, 12).


Como sabemos, a Maçonaria Especulativa buscou  na Bíblia a base de quase todos os seus ornamentos, símbolos e nomenclatura.


Dos graus básicos até os graus filosóficos e capitulares.


No Rito Adonhiramita, Teísta por excelência, esta adoção atingiu níveis de solenidade religiosa. A Escada de Jacó entrou para o simbolismo  maçônico no transcurso do século XVIII e os diversos autores consultados divergem sobre uma data específica, ou mesmo o ano em que tenha aparecido  figurando entre as Colunas representativas das Ordens de Arquitetura nos primeiros painéis pintados.


Convém recordar que anteriormente os painéis eram desenhados no chão , a carvão  e depois apagados com água e sabão.


Desde então a alegoria  bíblica firmou-se como importante e fundamental, pois dentro da visão maçônica (e em especial) Adonhiramita) , representa, através de seus degraus, o conceito de “cavar masmorras  ao vício e submeter as paixões“, procurando a evolução e praticando as virtudes. Enfim, como definimos , fazemos progressos em Maçonaria e recebendo aumentos de salário.


Quem era o Jacó Homem?  Por todas as ações e atitudes, um falso, um mentiroso, hipócrita, desleal, o primeiro estelionatário dos tempos bíblicos que enganou o Irmão, ludibriou o Pai, comprando ao primeiro o direito  à primogenitura por um prato de lentilhas e ao pai Isaac se disfarçando para receber a bênção  que o elegia herdeiro de todos os bens. Na concepção Adonhiramita, Jacó é o profano imperfeito, pedra a ser trabalhada e a escada a difícil jornada a ser percorrida em busca da perfeição, do desenvolvimento espiritual, representando, também, a escalada ascensional na Sublime Instituição, conquistando graus  e paulatinamente ir subindo os degraus de uma escada que, por sua vez, não tem  e nunca terá fim. Como na Maçonaria tudo é simbólico e na vida humana tudo é limitado, o correto é assinalar que o Oriente Eterno está mais próximo que o topo da Escada. O ideal é chegar ao fim terreno tendo subido muitos degraus...


Dentro da simbologia maçônica, a Escada de Jacó sempre foi  representada pôr uma variável quantidade de degraus, 3,5,7,13,15 etc. com número ímpar. Os valores ímpares são considerados positivos  por todos os estudiosos. Somente o número ímpar de degraus dá, ao caminhante que inicia seu primeiro passo com uma pé, a possibilidade de atingir o último degrau com o mesmo pé.


Sob a visão Adonhiramita é comum dizer-se ao Iniciado que ele “subiu o primeiro degrau da Escada de Jacó” e que cada grau conquistado á mais um degrau galgado. Assim, pode-se perfeitamente estabelecer uma relação entre degraus/graus para o Rito Adonhiramita, uma ESCADA COM 13 DEGRAUS.


As virtudes encerradas nos degraus são : as Teologias – FÉ, ESPERANÇA e CARIDADE; as virtudes Cardeais – TEMPERANÇA, JUSTIÇA, FORÇA  e PRUDÊNCIA  e as virtudes Adonhiramitas – TOLERÂNCIA, LEALDADE, SERENIDADE, INTEGRIDADE MORAL, PERSERVERANÇA e HUMILDADE.


E estas virtudes se ordenam da seguinte forma na Escada de Jacó: 1o degrau representa a FÉ, indispensável ao Iniciado; 2o degrau representa a PERSEVERANÇA, essencial ao Companheiro; 3o degrau representa  a ESPERANÇA do Mestre no reencontro da Palavra Perdida; 4º degrau  representa a INTEGRIDADE MORAL, característica de um Mestre Perfeito; 5o degrau representa a LEALDADE, demonstrada pelo Eleito dos Nove; 6º degrau representa a JUSTIÇA , qualidade praticada pelo Eleito de Perignam; 7o degrau  representa as TOLERÂNCIA, inerente ao Terceiro Eleito; 8º degrau representa a PRUDÊNCIA, necessária a todo Aprendiz Escocês; 9º degrau representa a TEMPERANÇA, adquirida pelo Comp.’. Escocês; 10o grau representa a SERENIDADE, espelho de um Mestre Escocês; 11o. degrau representa as FORTALEZA D’ ALMA, apanágio do Cavaleiro do Oriente ou da Espada; 12o degrau representa a CARIDADE que o cavaleiro Rosa Cruz deve praticar; 13º degrau representa a HUMILDADE, marca registrada de todo homem sábio que têm consciência do caminho da Perfeição.

Os que foram chamados para a tarefa maçônica são os eleitos. Entre muitos , entre milhões, algumas centenas de milhares têm o privilegio de usar o avental em nossos templos  e são iniciados  em nossos augustos mistérios. Creio até que não veremos  o advento de uma humanidade Justa e Perfeita, mas o nosso exemplo  vingará . O que pensamos, o que fazemos, o que escrevemos, nossa conduta será o ideário  do amanhã, de nações que terão como primado a crença no G.’.  A.’. D.’. U.’. e a Justiça Social.