A DISCRIÇÃO


A.´.G.´.D.´.G.´.A.´.D.´.U.´.
À.´.R.´.L.´.S Pedreiros de Machado nº 27
Or.´. de Machadinho do Oeste – RO.
Pr.´. de Arq.´. A DISCRIÇÃO


“Toda conduta deve Ter a retidão de um fio de prumo..” Palavras do escriba Egípcio Ptah-hotep.

Irmãos, a três mil e trezentos anos passados, Ani, escriba do templo de Karnak no Vale do Reis, escreveu a seu afilhado espiritual:

“Não entres em casa de outrem, antes que ele permita e te acolha.

Que teu olho aí não seja curioso,

E que saibas manter o silêncio.

E não tagareles, a este respeito, com alguém mais que aí não tenha estado presente.

Seria uma falta grave se o que contasse viesse a ser ouvido.”

A Maçonaria, por sua definição é uma associação de homens livres e de bons costumes, que em Loj.´. deveriam dedicar-se ao aperfeiçoamento moral e social através de estudos filosóficos. Assim, os que dela participam nunca deveriam esquecer os juramentos feitos durante a iniciação.

Irmãos, aqui entramos como P.´.B.´. na esperança que nossas arestas sejam aparadas para que um dia possamos chegar ao estado de P.´. C.´.aspiração maior de todo homem que deseja sair do estado de ignorância e ver a Luz, pois como disse o sábio Ankh-sheshonq “É preferível uma serpente em casa que vê-la freqüentada por um imbecil”.

Sim, como mariposas, buscamos continuamente a Luz; mas árdua é a tarefa pois que nossas humanas razões tendem sobrepor-se a vontade do espírito, por isto devemos lutar todos os dias contra as trevas do intelecto para que não estejamos sujeitos ao mesmo julgamento que Ptah-hotep fez do Ignorante: “Quanto ao ignorante, não lhe dês ouvidos, Ele não realizará coisa alguma... Ele é um morto vivendo dia a dia.”

Caros Irmãos, em nossa iniciação, após bebermos do conteúdo da Taça Sagrada, fizemos dois juramentos que deveriam ser lidos todos os dias para lembrar-nos dos sérios compromissos que assumimos ao adentramos ao recinto sagrado do Templo.

Juramentos que fizemos perante o G.´.A.´.D.´.U.´., da Ordem e dos Irmãos, pois se não o respeitarmos em todos os dias, estaremos em falta com o criador, com a ordem e com os irmãos que a compõe, portanto, a essência dos juramentos deveria estar impregnadas em nosso coração e estarmos atentos ao que disse o evangelista Mateus: “Não juraras em hipótese alguma, mas aos antigos foi dito, se jurares que o teu juramento seja cumprido, e não fiques em falta com o senhor teu Deus”

Após bebermos da taça que continha do doce e do amargo, nós de livre e espontânea vontade, perante todos os irmãos prometemos e juramos :

“Juro e prometo guardar o mais profundo silêncio sobre todas as provas a que for exposta a minha coragem. Se eu for perjuro e trair os meus deveres (...) consinto que a doçura desta bebida se transforme em amargor, e o seu efeito salutar seja para mim como um sutil veneno”.

“Tudo isso eu prometo cumprir(...), e se violar esta promessa (...)seja-me Arr .´. e L.´.e meu P.´. C.´. e meu C.´. Ent.´. em lugar Ignorado onde fique em perpétuo esquecimento.”

Caríssimos Irmãos, será que alguma vez nos demos conta da profundidade do juramento que fizemos no Altar deste Sagrado Templo? Não ! na grande parte das vezes este juramento passa totalmente despercebido, e isto pode nos causar grandes atribulações, pois como disse o sábio Ankh-sheshonq: “ Não manejes uma lança se não és capaz de ver o alvo a atingir.”

Certamente o juramento por todos foi lido, mas não assimilado ou compreendido na sua essência e profundidade pois que do Aug.´. e Resp.´. T.´. JAMAIS, em nenhuma hipótese poderia ser comentado a Prof.´. assuntos que aqui se tratam entre Col.´., pois que tal atitude além de denegrir a imagem da Maç.´.é motivo de vergonha e tristeza para os Irmãos que se vêem no centro de chacotas feitas por profanos que não conhecem a beleza de nossos mistérios e, alimentados por comentários desafortunados fazem um exercício especulativo que certamente nenhum beneficio trará a Instituição e muito menos aos Irmãos que aqui vieram em busca da evolução como seres humanos. Pois como disse o sábio Merikarê “ Não abras tua intimidade diante de qualquer um: É assim que desaparecerá todo o respeito de que gozas. Um tagarela é um perturbador para a cidade.”

Irmãos, a indiscrição com o que se passa no recinto sagrado do Templo deveria ser motivo de vergonha para quem à comete; como é triste, presenciar a conversa entre profanos a tagarelarem sobre o acontecimentos que se passaram entre CC.´., e que deveriam ser do conhecimento único e exclusivo dos irmãos que do fato discutido tiveram participação. Como é verdadeira a afirmação de Ani: “A língua de um homem pode destrui-lo”.

Como uma Loj.´.poderá formar lideres e homens de bens que estarão aptos a discutirem todos os assuntos da sociedade se não puderem Ter confiança absoluta em seus membros participantes? Como discutir os problemas da sociedade que envolvendo pessoas possam gerar atritos? Quem se levantará para defender e apontar os problemas sociais a que estamos expostos, se não tivermos a mais absoluta confiança que o assunto tratado permaneça entre CC.´. e que deles o mundo P.´.jamais venha a saber nem uma vírgula sequer?.

Não irmãos, não conseguiremos Ter esta confiança, enquanto não tivermos plena consciência de nossos atos, e da maneira que os mesmos podem afetar-nos e aos outros, portanto, se somos homens de bens e de bons costumes que aqui nos reunimos para buscar o aperfeiçoamento, devemos pensar sobre o assunto, para que conversas sobre o que foi tratado entre CC.´. jamais se ouça no mundo P.´., pois ai sim estaremos aptos exercer o nosso papel de construtores sociais com todo o nosso potencial mantendo-nos firmemente à regra, como disse o sábio Ptah-hotep conselheiro do faraó: “Atém-se firmemente à Regra, Não a transgridas nunca”.

Sim, porque a indiscrição é uma transgressão à regra, e não pode ser aceita e nem tolerada, sob risco de afetar toda a estrutura social da instituição.

Durante a iniciação é foi dito que somos P.´.B.´., portanto seres ainda imperfeitos que necessitávamos de instruções e ajuda para podermos evoluir e progredir na Arte Real e chegarmos ao estado de P.´.P.´., portanto  sendo ainda uma P.´.B.´., mas com o firme propósito de chegar ao estado de P.´.C.´., julguei oportuno dizer algumas palavras com o propósito de dar uma pequena contribuição para melhorar o nosso caminho, visto que a Vida é um eterno aprendizado e não devemos desperdiçar uma única oportunidade que a divindade nos proporciona para evoluirmos em direção a verdadeira Luz.

Rogo as divindades, que não seja eu como o hipócrita a que se referiu Jesus: que vê um cisco no olho do Ir.´. e não consegue ver uma Trave em seu próprio. Porque se soubermos aproveitar as lições que a vida nos dá, certamente sairemos mais fortalecidos em nossas convicções filosóficas; vejo como um alerta das divindade para os nossos erros, que sendo apontados possibilita a cada II.´. em suas meditações tirar as lições que melhor lhe aprouver, e que o erro cometido por um Ir.´. não sirva de motivo para julga-lo e condena-lo a danação em praça pública, mas que sirva de exemplo a todos, para que não o cometamos, e se o cometermos, estarmos conscientes de nossos atos e em hipótese alguma alegar-mos inocência e desconhecimento como atenuantes no dia do nosso julgamento.

“Sabe ser crítico em relação a ti mesmo, evitando que algum outro tenha que te criticar”. Hor-dejedef.

Que o G.´.A.´.D.´.U.´. digne-se a olhar por nós e permitir que possamos seguir firmes em direção à V.´.Luz.

Ir.´. Amauri Valle