A QUINTA VIAGEM


De tudo o que foi dito sobre a quinta e última viagem, pinça-se um aspecto relevante, o que diz respeito à liberdade. A Liberdade tanto pode ser um elemento da própria natureza, como condição intrínseca do homem, ou um estado emocional.      

Ele tem tido os seus momentos de evolução e os seus conceitos ampliam-se alteram se ou modificam-se.

O conceito de Liberdade de mil anos atrás, evidentemente, não era o mesmo de hoje.

Liberdade, conceituada quanto à livre locomoção, pertence ao campo político e social.

As Constituições dos países destacam a importância desta Liberdade. A Maçonaria tem lutado para manter esta Liberdade no Mundo, e isto vem comprovado na fase histórica da Maçonaria.  

A luta pela Liberdade é um sentimento inato no homem e não dependerá da Maçonaria mantê-la, inspirá-la ou cultivá-la. Liberdade para todas as raças é um ideal maçônico vivo nos países onde surge a necessidade de luta, para banir a errada concepção de que um homem difere dos demais, por ter cor em sua pele. Liberdade como estado emocional é a que apresenta maior interesse de estudo e que a na Quinta Viagem sobressai.

 A partir de Sócrates com a sua máxima:”Conhece-te a ti mesmo”, a liberdade necessitou de novo conceito. Diz Sócrates que o homem deve conhecer, ou melhor, reconhecer a própria ignorância. É neste sentido o pensamento Socrático, porém, isto também não é tudo, pois o homem sensato de hoje tem consciência de  sua ignorância, mormente face à evolução tecnológica e do pensamento humano.  Disse um grande escritor moderno que “A liberdade é a faculdade humana para conduzir o pensamento e a ação para um determinado sentido, com o menor número de obstáculos”.  

Liberdade, na quinta viagem, tem o significado de Libertação.          

Há leis estabelecidas, nos três Universos: no Universo Cosmológico; no Universo de dentro do homem; No Universo espiritual de Deus.

Estas leis foram estabelecidas pelo construtor dos Universos, o Grande Arquiteto, Deus para a Maçonaria. O que o Grande Arquiteto estabeleceu foi definitivo, permanente e perfeito, pois Ele é Justiça e Perfeição, o dualismo, sempre repetido e aceito, em todas as reuniões maçônicas.    

A Liberdade filosófica deve ser conduzida neste sentido, isto é, libertar o homem de sua ignorância, a respeito da real concepção do termo Liberdade. Este vôo de liberdade em direção à Liberdade no “seio” de Deus é a verdade maçônica.

O mestre Nazareno já dizia: “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará.”

O “Conhece-te a ti mesmo”, de Sócrates, nada mais é do que a descoberta, dentro da mente do homem, de que ainda é escravo de suas paixões, emoções, e ignorância e que precisa ser libertado e que esta libertação não depende de mais ninguém, a não ser de si próprio.

Porém, como o estudante necessita de um Mestre, de uma escola e de meios outros para aprender, o homem em busca de libertação necessita, também, destas condições.

 Como isto constitui um trabalho, somente em uma Oficina ele encontrará as condições de que precisa; esta Oficina será uma Oficina Maçônica. O trabalho dentro de uma Oficina é de investigação; inicialmente, o pensamento é conduzido pela mão de um Mestre; parecerá que cada um absorve a concepção filosófica do Mestre; isto, apenas no início, pois o alimento recebido fará o organismo crescer até o momento propício à autocrítica e auto-análise.

Entra sempre, obviamente, a presença de Deus, que inspira, dá abertura, alimenta a tolerância e penetra na razão do Companheiro que, aparentemente por si mesmo, evolui, mas que na realidade, cresce mercê o auxilio amoroso de seu “Pai”, o Grande Arquiteto do Universo.

O Grau 2, o Companheiro, pertence ao grupo “iniciático” do Rito. No 1º Grau, o Aprendiz tem diante de si um panorama geral sobre a Maçonaria e se detém no estudo exterior dos símbolos. Será como Companheiro que o maçom, buscará, na filosofia, afirmar-se no propósito de atingir o mestrado.

Muitos maçons inexperientes criticam do porque a Maçonaria, ainda e sempre, estuda os conceitos dos sábios antigos e pouco significado dá aos filósofos modernos e atuais.          

A explicação é primária; as linhas mestras na Filosofia Maçônica são imutáveis, porque esteadas nas leis da Natureza; e foram os sábios antigos que nos revelaram o significado destas leis e sobretudo sobre os conceitos filosóficos de Justiça, Liberdade e Fraternidade.

  Nada há a acrescentar aos conceitos antigos, pois o pensamento atual nada mais é que adaptação, ao mundo de hoje, dos conceitos de ontem.  Em verdade, temos certas facetas curiosas, como o que nos traz a Parapsicologia.    

Mas isto constitui uma especialização sobre o conceito da mente humana; é uma ampliação ousada, ainda no campo experimental; uma espécie de “parapsicologia operativa”, em termos maçônicos.      
 
 Isto não impede e não tem impedido que nas Lojas maçônicas também haja excursão no campo da Filosofia, da Psicologia, da Lógica, da Parapsicologia e demais ciências correlatas.      

Porém, devemos nos render a uma realidade, para sermos honestos e justos; a tendência ao estudo da parte do maçom latino-americano é modesta.

 No Brasil, a luta para que cada Loja possua a sua biblioteca para propiciar aos seus membros facilidades de estudo, tem sido inglória; os próprios autores de literatura maçônica são escassos; estamos na dependência dos autores estrangeiros, e com poucas possibilidades de termos obras traduzidas.

  O objetivo primordial do Companheiro é o estudo da Ciência; Ciência diz respeito ao estudo de todos os ramos do conhecimento humano, sem segredos, com abertura e disposição humilde de aprender. Seria ridículo pretendermos que a Maçonaria atual distribuísse conhecimentos científicos aos seus Membros, face à existência de Escolas e Universidades e, número suficiente para que todos encontrem o que aspiram ou necessitam.   Também as livrarias estão superlotadas com livros de todos os gostos e matizes, técnicos e práticos.

Por isto, a Maçonaria, hoje, dedica-se ao estudo de apenas “alguns aspectos” científicos, sobre assuntos que interessam à formação social, moral e espiritual do homem.

 O coroamento deste estudo, portanto, é a libertação da mente humana, em busca do seu “eterno Refúgio”, o Grande Arquiteto do Universo.
 
1a. VIAGEM
2a. VIAGEM
3a. VIAGEM
4a. VIAGEM
5a. VIAGEM
 
BIBLIOGRAFIA:
CAMINO, Rizzardo – Simbolismo do Segundo Grau
BOTELHO, Heitor – O companheiro Maçom – O Vigilante e seu Pupilo.
FONSECA, Gilson – Trabalho de Exaltação.
AFONSO, B. Germano – Arqueoastronomia Brasileira.
Ir  Jerônimo F. de Lucena